Vídeo sobre este tema:
Não resta dúvida que temos um problema de “bigdata”.
O motivo é simples e matemático, vejam os dois gráficos abaixo:
O mundo cresceu sete vezes em 200 anos e o Brasil quase o mesmo em 100.
A medida exata do problema pode ser feita, através da quantidade de pratos de comida, uma demanda obrigatória para o Sapiens.
O mundo precisava produzir em 1800 3 bilhões de pratos de comida e hoje saltou para 21 bilhões, TODOS OS DIAS.
E o Brasil necessitava, nos tempos dos nossos avós, algo em torno de 90 milhões, em 1900, e hoje precisamos de 600 milhões, TODOS OS DIAS.
Isso é Bigdata, pois os pratos de comida são apenas o elemento básico, somado a água, mas some tudo que precisamos para viver, tanto objetiva e subjetivamente.
Assim, não resta dúvida que temos hoje muito mais data a ser processado do que antes. Tudo ficou big!
O problema da metodologia Bigdata, entretanto, é considerar que as organizações continuarão as mesmas e terão, apenas, que lidar melhor a maior quantidade de dados.
Não é assim que a história demonstra.
Quando aumentamos a população (sempre fazemos isso) começamos a ter que enfrentar problemas de aumento de dados a serem processados.
Crises de bigdata foram os motivos de colapso de muitas civilizações!
Para superar a crise, temos duas alternativas. Ou entramos em crises profundas ou descentralizamos a administração!
Sim, o ser humano faz isso constantemente: descentraliza a tomada de decisões para poder lidar melhor com a quantidade de dados.
Não é, assim, um problema de lidar com mais quantidade na mesma administração.
Mas criar novo modelo de administração para lidar com tal quantidade, de tal forma que o novo modelo de administração permita a descentralização das decisões.
Porém, a história demonstra que só podemos proceder tais mudanças quando temos novas Tecnologias de Trocas que tornam possível a descentralização sustentável, aquela que permite que os processos continuem funcionais, com nova forma de controle.
Podemos ver isso claramente no fim da Idade Média, quando as cidades cresceram, o rei, os padres e o senhor feudal se tornaram obsoletos em lidar com o Bigdata da época.
A Prensa surgiu e permitiu um novo modelo político, econômico e religioso, com a criação da república, do capitalismo e dos estados laicos.
O pai do bigdata, aliás, é Galileu (1564-1642)!
Galileu há mais de 350 anos, formulou seu princípio da similitude afirmando que nenhum organismo biológico ou instituição humana que sofra uma mudança de tamanho (entende-se aqui volume), e uma consequente mudança na escala de proporções, passa por isso sem modificar sua forma ou conformação.
Falo mais sobre Galileu e o princípio da similitude na minha tese de doutorado.
Ou seja, não vamos resolver o problema do bigdata com mais capacidade de processamento, mas alterando o modelo da administração das organizações, já que temos disponíveis novas Tecnologias de Trocas, com celulares, ícones participativos, plataformas, etc.
E isso já vem sendo demonstrando na última década.
- A indústria da música não perdeu mercado para um projeto de bigdata melhor, mas para o Napster que criou uma nova forma disruptiva e inovadora de distribuir música;
- As cooperativas de táxi não perderam mercado para um projeto de bigdata melhor, mas para o Uber que criou uma nova forma disruptiva e inovadora de transporte de passageiro;
- A Indústria da mídia, do turismo, os bolivarianos da América Latina não perderam espaço para um bigdata melhor, mas com um novo modelo de troca entre os consumidores e cidadãos.
Assim, a solução para continuar gerar valor passa sim por lidar melhor com o volume de informação, mas não se resolve o problema mantendo-se as organizações do mesmo jeito.
O atual administrador na gestão não consegue mais gerar valor, pois o consumidor amadureceu e novas organizações, com novo modelo de administração mais ágil, surgiram.
É uma questão de tempo para que cada setor perda valor e entre em crise.
Bigdata é sim o problema a ser combatido, mas a solução é criar novos modelos de administração,nos quais os atuais administradores viram curadores digitais e deixam o consumidor e as plataformas participativas se entenderem.
Como vem sendo feito no Uber, AirBnb, Waze, Mercado Livre, Amazon, Youtube, Google, etc….
É isso, que dizes?