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Pode ser a sociedade humana que for, o regime que for, o modelo que for, mas aonde tiver um Sapiens haverá demandas obrigatórias.

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Haverá a necessidade de banheiros, pratos de comida, água, sem falar no resto com o tempo.

Assim, se quisermos entender o ser humano sem mi-mi-mi é preciso colocá-lo com um animal antes de tudo, que depois de alimentado pode pensar em outras coisas.

Dito isso, podemos pensar o seguinte.

Quanto menos complexas forem as demandas obrigatórias, ou tivermos menos gente para alimentar, menos haverá a necessidade de organizações e vice-versa.

Quando éramos nômades e nem falávamos, o modelo organizacional era primitivo e foi se sofisticando no tempo, conforme fomos aumentando as demandas obrigatórias.

Com a complexidade, vem a necessidade de criar organizações produtivas para resolver os problemas das demandas obrigatórias e depois as secundárias.

E estas organizações serão mais ou menos eficientes, conforme a capacidade que a sociedade tem de controlá-las para que possam atuar para servir a mais gente da melhor forma possível.

Na minha opinião, do ponto de vista da história, é falsa a oposição que Marx fez entre classes sociais.

Em qualquer sociedade haverá uma tensão muito maior entre organizações e sociedade.

Organizações são formadas por pessoas e seus administradores, que têm interesses distintos da sociedade. Qualquer ser humano quer preservar o lugar que lhe dá recursos para sobreviver.

Assim, haverá sempre a tensão entre o interesse de quem está dentro de uma determinada organização e quem está fora, que precisa dela para receber algum tipo de serviço ou produto.

Quanto menos trabalhar quem estiver dentro e mais aumentar o preço do produto e serviço, mais quem precisa deles vai ter que arcar com o custo.

Sim, a maior parte deste valor pode ir para o administrador da empresa, mas não importa, o valor será repassado para a sociedade de alguma maneira.

A tensão permanente que existirá em qualquer sociedade humana é justamente entre os membros interno das organizações e a sociedade.

O que não elimina tensões internas não só de cima para baixo, mas do lado para o lado, mas principalmente de dentro para fora para dentro.

Assim, quando grupos políticos se arvoram em defender o interesse dos trabalhadores, na verdade, estão defendendo o interesse, querendo ou não, das organizações aonde estão os trabalhadores.

Mesmo que se faça uma revolução socialista, anarquista, ou qualquer ista, e se crie um país de trabalhadores, logo se terá a necessidade de criar organizações com seus administradores e trabalhadores, com seus interesses corporativos, se voltará o conflito entre o dentro e fora.

A única forma de se gerenciar o conflito, pois nunca vai terminar, e isso é o pensamento dos liberais mais maduros: é a da defesa intransigente dos interesses dos consumidores de maneira geral.

É preciso ver as organizações como grandes blocos, que podem se voltar contra os consumidores.

E isso só é feito quando aumentamos a transparência da disputa entre organizações, através da livre concorrência.

A concorrência joga organização contra outras organizações, na disputa do que é melhor para o consumidor, que sempre é a maioria da sociedade.

Quando se defende o trabalhador, acaba-se indo, mais dia menos dia, para o corporativismo seja ele privado ou estatal.

O interesse do trabalhador acabará se confundindo com o do administrador, que irão de alguma forma fazer uma aliança para garantir um determinado privilégio para se servir de alguma forma do consumidor.

Que é quem vai pagar o pato ao final.

No Brasil, é bom reparar que se fala muito em defesa dos trabalhadores e de seus interesses, principalmente os estatais, e mais ainda os que têm carteira assinada que são minoria na população.

A outra parte, que não tem nenhum tipo de direito, que poderia pagar menos por todos os produtos e serviços e ter uma qualidade melhor de vida, fazem um esforço danado para manter esse corporativismo “do bem” ativo.

Conseguiram criar essa falácia de que a defesa do trabalhador de maneira geral interessa a todos.

É falso.

Os trabalhadores sobrevivem dentro de determinada organização e seus interesses serão, antes de qualquer coisa destas organizações, que defenderá privilégios contra a grande maioria da sociedade que pagará por eles.

Seja nesse regime ou em qualquer outro.

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