Abre-se o Estadão no celular e lá vem a propaganda de Rolex.
A crise da mídia tradicional é justamente esta. É uma mídia de massa com anúncios de massa. O futuro aponta para uma mídia de missa para anúncios de missa.
Eu quero consumir agora algo de fotos para pássaros, como coloquei na pesquisa do Google ontem e não Rolex.
Obviamente, que o anunciante de Rolex não vai ficar satisfeito com o resultado do Estadão, pois ele está pagando um anúncio, que é exibido para alguém como eu que NUNCA vou comprar um Rolex.
Estão juntando pessoas que não querem fazer negócio.
O novo mundo é o mundo que consegue juntar desconhecidos, que antes não podiam, mas agora querem e vão fazer negócio!
O grande salto que teremos no futuro é justamente a junção das demandas com ofertas personalizadas entre desconhecidos e isso só pode ser feito, pela ordem numa Plataforma Digital Participativa que:
- – armazene num banco de dados mais e mais os meus interesses sempre mutantes;
- – que tenha um conjunto de ofertas cada vez mais diversificada e apontada pelos interesses mutantes;
- – um algoritmo que consiga aproximar oferta e demanda de conteúdo e de anúncios;
- – e um sistema de avaliação que permita que haja uma confiança para que um desconhecido possa fazer negócio com outro.
A crise da mídia tradicional é justamente a incapacidade de deixar de se basear num modelo vertical, de massa, com editores para um novo modelo horizontal, de missa, com curadores.
Sai o gestor de conteúdo e entra o curador de relações entre oferta e demanda.
Compreendo que há ainda dinheiro sendo gerado no modelo antigo e que haja uma insistência no mesmo, deve haver, pois ninguém joga reais pela janela.
O que não compreendo é não ter um projeto piloto de inovação disruptiva para colocar algo no lugar no futuro.
Não, não quero Rolex.
[…] O papo sobre Rolex, citado no vídeo […]