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A forma como consideramos que a sociedade humana avança está intoxicada.

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As ciências sociais não deram peso devido às chegadas e mudanças provocadas pela massificação das tecnologias cognitivas (que expandem o nosso cérebro) e o incentivo que estas têm em picos demográficos.

Temos que recomeçar a visão da história humana em uma nova encruzilhada, na qual uma parte dos pensadores continuará intoxicada sem o conceito de Complexidade Progressiva, batendo cabeça e outros adotarão esse caminho, seguindo os estudos da Escola Canadense de Comunicação e de sua humilde filial (e informal) matriz brasileira.

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Há alguns fatos novos que ocorreram nos últimos séculos na Macro-história que fazem que consigamos ver esse fenômeno de forma mais evidente:

·       – as navegações marítimas, em torno de 1500, que integraram o mundo e nos transformaram em uma espécie planetária;

·       – a percepção de que a sociedade moderna foi filha da Revolução Cognitiva do papel impresso, a partir de 1450;

·       – e de que foram os méritos de um ambiente mais sofisticado (com a chegada da república e do capitalismo) que nos levaram ao salto demográfico de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos.

É preciso reescrever a história da humanidade, a partir destes fatos, pois é necessário diagnosticar que a espécie humana vive sob o signo permanente da Complexidade Progressiva.

Somos a única espécie do planeta que não pede licença para crescer demograficamente.

  •   Os outros animais foram condenados a uma espécie de prisão perpetua genética.
  •    Nós fomos condenados a penas longas de prisões tecno-culturais, das quais nos livramos de tempos em tempos até entrar em outras.

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Criamos uma tecno-cultura que nos permite conviver por um período limitado de tempo, com mudanças incrementais, até que tenhamos um tamanho da população específica, que nos obrigue a dar um “F5” civilizacional (tela do computador que dá um “refresh” numa determinada página) em mudanças disruptivas.

Vivemos Eras Tecno-cognitivas que nos permitem aumentar a demografia e, para que continuemos a escalada, é preciso recomeçar o processo, na seguinte sequência:

  • ·       1 – Revolução Demográfica, geradora de latências biológicas, que se revertem em demandas por produtos e serviços para mais gente e com cada vez mais diversidade;
  • ·       2 – Revolução Cognitiva, chegada e massificação de novos tecno-códigos, via novas mídias;
  • ·       3 – Revolução Cultural Rejeitadora, que inicia um processo de questionamento dos modelos passados, principalmente na forma, tal como a Renascença pós-idade média;
  • ·       4 – Revolução Cultural Propositiva, que aponta os caminhos e mudanças de conteúdo das regras, a partir das revisões filosóficas, teóricas, metodológicas, tecnológicas, comportamentais de uma nova tecno-cultura, tais como o iluminismo, pós Renascença;
  • ·       5 – Revolução Organizacional, implantação dessa nova tecno-cultura com mudanças nas leis, tal como as revoluções liberais de 1800 e a revolução industrial.

Isso aconteceu sempre na história?

Não, em termos mundiais, pois não erámos uma espécie planetária.

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Antes das navegações marítimas, os povos viviam ciclos similares (e isso é um campo de pesquisa muito rico), mas acabavam vivendo colapsos isolados, com o fim de civilizações antigas  em função de crises demográficas particulares, que não conseguiam inventar novas tecno-culturas.

O fenômeno da Complexidade Progressiva não é, portanto, contemporâneo, mas agora se torna mais evidente, pois vivemos pela primeira vez, a nova fase humana de Espécie Planetária.

Neste início de século, no qual as fases  da Complexidade Progressiva se misturam devido à nova velocidade, poderíamos dizer que  estamos mais próximos da fase 2 (massificação da nova mídia) e 3 (e início de rejeição da cultura anterior), com experiências incipientes das novas organizações, tais como o modelo Uber e similares, que tendem a se tornar hegemônicos.

O modelo Uber (uma organização 3.0 incipiente) muda o DNA das organizações, acabando com a hierarquia (diretores, gerentes e chefes), com a relação patrão-empregado e estabelece um novo ambiente de comunicação, baseado em cliques, códigos de navegação, avaliação por ícones, no armazenamento, busca e compartilhamento dos rastros digitais e na criação da curadoria das relações, via algoritmos, que permitem que possamos tomar decisões cada vez mais complexas em menos tempo.

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A Complexidade Progressiva é o conceito central do novo campo da Antropologia Cognitiva (estudo das mudanças de mídia), um novo ramo da Macro-história e tem sido desenvolvida aqui no Brasil de forma aberta.

Estamos, na verdade, desenvolvendo um novo método científico, que podemos chamar de 3.0, através de um debate online com discussão com ímpares (pessoas que sofrem o problema fora dos muros acadêmicos), a partir do problemas das organizações, do qual sou um dos curadores.

Obviamente, que nada disso está no radar das atuais ambientes de pesquisa, pois estão completamente intoxicadas em uma espécie de corporativismo tóxico, uma das consequências do final de uma Era Cognitiva, na qual as organizações, em crise, são o rabo querendo balançar o cachorro .

Estamos precisando de adeptos que queiram se desintoxicar!

 

 

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