As manifestações anti-Dilma tem convocações digitais, mas decisões do que fazer analógicas.
As recentes manifestações de massa foram convocadas pelas redes sociais.
E logo apareceram grupos que passaram a comandar a massa.
É o nosso modelo de representação híbrido.
Há muita gente que quer ir para as ruas e conseguimos ir além dos modelos tradicionais, através de partidos e sindicatos.
Houve uma reintermediação.
Mas é preciso perceber que essa reintermediação é da mesma Governança.
Ou seja, os novos movimentos Brasil Livre, Vem para a Rua são os novos partidos e sindicatos e já começam a querer falar pela massa sem que tenham sido eleitos ou escolhidos para isso.
Há uma oxigenação?
Sem dúvida, mas é importante notar que a Governança é a mesma.
Não é um problema das pessoas que lideram esse movimento, que são bem legais, inclusive. O problema é tecnológico.
Faltam ferramentas para a colaboração de massa.
Exemplo?
A manifestação do Rio, no último dia 12/04, tinha uma divergência de hora e local. E também de eixos.
O problema é que os movimentos não têm ferramentas para consulta de massa.
Um grupo marcou para as 11 e outro para as 14 horas.
Faltou uma enquete digital para decidir.
Já conseguimos ir juntos, mesmo com estes pequenos problemas, para o mesmo lugar, mas não estamos conseguindo decidir juntos o que queremos fazer depois. Isso exige Plataformas Digitais Participativas, que consigam, através de algoritmos construir um debate com milhões de pessoas.
Como funcionaria?
Na questão de datas e o que fazer depois?
Um período será aberto para sugestões, que viram opções de voto.
Debates ocorrem para defesa das ideias, comentários mais interessantes sobem, pessoas que dizem algo, sobem, para facilitar as decisões.
Marca-se o dia e se decide.
Há aferições, por exemplo, de compromisso com a causa, por exemplo, com logins via Facebook ou Twitter, que alguém suspeito pode ser checados se está vandalizando o debate.
Isso vai sendo amadurecido e vai se chegando a conclusões massivas sobre o que fazer, como, de que forma.
Com isso, sairíamos da Governança Analógica para uma Digital, em que algoritmos iriam mediar os debates massivos e teríamos, então, decisões mais coletivas do que temos agora.
Evitando ter novos representantes, com velhos modelos.
Assim, o nosso problema atual é tecnológico.
É isso, que dizes?