No meu livro de 2013, Gestão 3.0, defendi um novo modelo de aprovação de textos, dentro de Plataformas Digitais Participativas, criando um novo ambiente de produção acadêmica, mais voltado para a sociedade.
Hoje, quero questionar não mais, apenas, a forma como os textos são aprovados e publicados, mas a forma, o critério que adotamos para considerar um texto científico.
Um texto científico é considerado científico, se:
- – faz referências a autores do passado;
- – coloca citações;
- – apresenta bibliografias.
Nada contra esse método, pois chegamos até aqui por causa dele.
O problema é que isso virou uma ditadura da forma.
Ou se faz desse jeito, ou não se considera um texto científico.
E tenho percebido que se eu tivesse adotado essas premissas não teria chegado onde cheguei no meu trabalho, que considero científico, pois tem um método para se chegar a uma eficácia maior diante da vida.
Acredito que temos que trabalhar com dois modelos de textos científicos:
- – os incrementais – que o modelo tradicional é adequado, sem restrições;
- – e os disruptivos – onde ele não serve.
Vivemos hoje uma guinada civilizacional, uma espécie de iluminismo digital, ou renascença digital, ou se quiserem um Iluminismo 3.0, no qual tivemos os Gregos, liderando o 1.0 e os iluministas europeus, criando o 2.0.
Todos movidos a novas novas Tecnologias Cognitivas Descentralizadoras (Gregos-alfabeto/escrita), Europeus (Papel Impresso) e os atuais (Internet/Digital).
O problema é que hoje a academia precisa ter muito mais insights do que tem hoje, pois vivemos um momento de quebra de paradigmas e não de continuidade.
É preciso estimular pensadores a partirem do zero em várias áreas para recomeçar do zero, muitas vezes, para que aqueles pensamentos soltos, ou insights, possam vir a ser, depois, complementados pelo método tradicional.
O problema é que pela atual ditadura da forma hoje, esse tipo de texto solto, como um blog desse tipo, não é considerado científico e, portanto, não tem validade para sua produção acadêmica, colocando toda a produção amarrada no incremental, num mundo cada vez maios disruptivo.
É isso, que dizes?
Hum… “É preciso estimular pensadores a partirem do zero em várias áreas para recomeçar do zero, muitas vezes, para que aqueles pensamentos soltos, ou insights, possam vir a ser, depois, complementados pelo método tradicional.” –
Digo que: partir do zero, estando mergulhado em um tema qualquer, nao existe. há sempre uma continuidade, um diálogo com outras ideias, por mais disruptivo que seja o tempo. e os pensamentos soltos, insights, que venham! encaixar de alguma forma no formato tradicional do texto científico SEMPRE vai ser possível… mas concordo em princípio. e acho que temos aí duas ordens diferentes de problemas:
1. a rididez do formato – e do sistema todo! – muitas vezes exclui gente criativa, mas que nao domina as normas, porque nao teve tempo nem espaço pra isso, porque nao frequentou a academia – onde se aprendem as normas, que servem tbm pra manter a maioria de fora do “clubinho”. ou seja, só entra quem se submeter mesmo aos ritos iniciáticos, bancas etc. etc., e assim muitas ideias boas se perdem
e 2, sim, o tempo pra gestar uma tese, ideia, uma proposição, um artigo, dentro dessas normas (mesmo para os poucos que as dominam à perfeição) é outro, desde a redação em si até passar pelo crivo da leitura prévia dos pares e chegar aos canais de publicação referendados, a burocracia, os prazos todos etc. com isso, as ideias que vêm daí estão sempre um pouco “atrasadas”, digamos. olham pro passado. e na área de humanas, mais ainda, pq nas técnicas e biológicas, pelo menos, tem o mercado por trás dando uma forcinha, um empurrão a mais
era isso. 🙂
O partir do zero é uma expressão forçada, concordo.
Seria algo que pensar sem a preocupação tão radical de referências.