Há sempre uma dualidade quando falamos sobre fenômenos.
Podemos dizer que há coisas sempre indefinidas, em aberto.
E outras mais ou menos fechadas.
- O aberto é o que é complexo e pode ser indefinido e as filosofias e teorias têm dificuldade de fazer previsões.
- O fechado é aquilo que é simples e pode ser mais definido pelas filosofias e teorias de plantão.
O ser humano é simples e complexo.
Sua simplicidade está toda ligada à sua “prisão” animal.
Somos animais que formam uma dada espécie e todos os seres vivos têm necessidades básicas, que são nossa âncora. O que nos faz, sob esse ponto de vista, caminhar para algo mais fechado e menos complexo.
A dependência da sobrevivência nos dá um chão para qualquer análise sobre a sociedade. Somos tecno-culturalmente definidos, desde que esse lado animal esteja de alguma forma sendo suprido.
O que está em aberto e nos dá a complexidade é o que fazemos a partir desse elemento fechado e mais simples.
Quando, por exemplo, vemos teorias sociais, políticas e econômicas, que querem passar por cima desse lado da sobrevivência humano, elas pecam justamente por esquecer da nossa simplicidade.
Somos animais que precisam sobreviver e se reproduzir.
Diante disso, podemos, por exemplo, trabalhar com a Antropologia Cognitiva e afirmar que somos dados a ciclos cognitivos, quando nossa espécie cresce de tamanho e reinventa, pela ordem, a forma de se comunicar e estabelecer a governança da espécie.
Este ciclo é compreendido, pois biologicamente não temos como fugir de nossas âncoras biológicas. Isso, entretanto, não quer dizer, que os ciclos serão simples, fechados, mas serão abertos, com diversas indefinições.
Assim, quando se questiona essa simplicidade humana diante de ciclos históricos, é o nosso lado animal que nos leva a eles, mas isso não quer dizer que possamos ser simplistas, diante da complexidade do que somos capazes de inventar, de forma complexa, a partir daí.
É isso, que dizes?