Não podemos, entretanto, dizer que temos culturas, mas tecno-culturas, pois nossas limitações físicas são quase as mesmas, desde que quando descemos das árvores. O que mudou radicalmente foi a nossa capacidade de nos empoderarmos com tecnologias.
Para meus objetivos de intervenção na realidade, defino cultura como:
“Um conjunto de pensamentos e ações que um determinado grupo defende ou vive dentro de uma dada sociedade”.
Ou seja:
- Cultura, assim, não é pensar sobre algo.
- E nem atuar sobre algo.
Mas o conjunto de ação e prática.
A cultura humana é, foi e sempre será artificial, pois foi criada dentro das nossas possibilidades e limites físicos e tecnológicos e visa ser eficaz, principalmente, para nos manter vivos. O resto é a qualidade, a cereja de bolo, que colocamos em cima.
Há culturas que se tornam obsoletas por deixar de serem eficazes e se rendem diante de outras que acabam se tornando mais hegemônicas. Culturas hegemônicas normalmente não se propagam no tempo se não forem mais eficazes, pois a implantação de cultura na força tem fôlego curto, pois será geradora de crises.
- Culturas mais eficazes se propagam pela atração.
- As menos eficazes querem se perpetuar pela força.
Não podemos, entretanto, dizer que temos culturas, mas tecno-culturas, pois nossas limitações físicas são quase as mesmas, desde que quando descemos das árvores. O que mudou radicalmente foi a nossa capacidade de nos empoderarmos com tecnologias.
Assim, toda cultura humana é artificial e é limitada pelas tecnologias disponíveis.
Por isso, teremos SEMPRE mudanças culturais quando temos novas tecnologias. E, em especial, mudanças muito mais acentuadas quando temos novas tecnologias cognitivas, que alteram a plástica cerebral, antes de tudo e, por sua vez, o equilíbrio entre o privado e o público, entre o indivíduo e as organizações.
Há uma nova co-relação de forças, com a chegada de novas tecnologias cognitivas, que estabelece mudanças na relação sociedade-organizações.
- Quando as tecnologias cognitivas concentram, as organizações ficam mais concentradas e ganham força;
- Quando as tecnologias descentralizam, as organizações ficam menos concentradas e a sociedade e cada indivíduo ganha força.
Além disso, há novas fronteiras de participação, que passam a moldar o DNA das novas organizações.
Ou seja, individualmente há uma mudança em cada cérebro de cada indivíduo. E coletivamente há uma alteração da relação indivíduo-sociedade, através das organizações ao longo do tempo, pós Revolução Cognitiva.
Uma cultura mais sofisticada se utiliza destas novas ferramentas para pensar e agir sobre os problemas. Assim, Revoluções Cognitivas são impulsionadores de criação de novas Tecno-Culturas, implantadas na sociedade pelos seus evangelizadores (com filosofia e teorias) e implantadores (com produtos, serviços e metodologias)
É isso, que dizes?