Uma das grandes críticas da Escola Austríaca de Economia, em especial Mises, contra o socialismo é justamente o fato de que numa sociedade sem mercado, não é possível valorar as coisas, nem definir preços.
Aqui, Mises se encontra com Pierre Lévy, que fala de inteligência coletiva.
A livre troca entre as pessoas tem o grande mérito de gerar valor para processos, bens, pessoas, organizações.
Estas trocas geram dados e são estes dados que permitem que decisões mais precisas sejam tomadas, através da produção de uma inteligência coletiva em rede.
Quando centralizamos decisões, perde-se a capacidade de entender as demandas da sociedade e torna mais difícil para o gestor tomar decisões, pois ele cada vez mais fica no escuro.
A saída é a padronização e o investimento na redução da diversidade para que se possa produzir em massa.
Assim, regimes centralizadores tenderão a reduzir a diversidade humana e descentralizadores, ao contrário.
Vivemos no século passado um forte movimento pela centralização, provocado pelo aumento demográfico, que levou à complexidade às alturas, diante de uma mídia concentradora.
Assim, uma sociedade mais descentralizada e em rede terá uma capacidade de valorar melhor as ações e atores sociais, criando e definindo um tipo de mérito e podendo tomar decisões mais apuradas.
- Quando temos movimentos de contração cognitiva, entretanto, a valoração de ações e atores sociais passa a ser feito cada vez mais do centro para as pontas, a partir dos interesses e do ponto de vista de quem está no centro.
E vice-versa.
- Quando temos movimentos de expansão cognitiva, entretanto, a valoração de ações e atores sociais passa a ser feito cada vez mais do das pontas para o centro, com uma taxa maior dos interesses de quem está do lado de fora.
É o que vamos chamar de valoração digital, que vou falar a seguir.
É isso, que dizes?
[…] Discuti aqui de que a sociedade humana precisa valorar atores e processos para que possa tomar decisões. […]