Vejamos a imagem abaixo:
Note que aumentos demográficos não pedem licença. Eles acontecem.
E quando acontecem elevam o problema da complexidade humana.
É possível controlar o crescimento populacional, o que poderia ser um ato voluntário da sociedade, mas quando se deixa crescer livremente está se criando um movimento autônomo da espécie, que altera a ecologia humana.
Ou seja a Ecologia Humana é FORTEMENTE influenciada pela demografia, pois 30 milhões de brasileiros em 1900 têm uma demanda bem diferente do que 200 milhões, em 2014.
O movimento ecológico demográfico, assim, é um fenômeno autônomo, pois IMPÕE uma agenda para toda a sociedade, pois todos os dias há demandas de pessoas que precisam sobreviver.
Isso não é algo adiável, mas uma demanda diária.
Outros animais resolve este problema na própria ecologia.
Os seres humanos, além da ecologia tem a seu favor, pela característica da espécie, a tecno-ecologia, que passa a ser pressionada por soluções, a partir dos problemas ecológicos, que tem na demografia uma dos fatores principais de preocupação.
A tecno-ecologia tem dois movimentos culturais:
- A tecno-cultura que tem os autores das tecnologias, que conseguem produzir novas tecnologias;
- E os usuários de tecnologia, que, como o uso, passam a criar novas tecno-culturas.
Mas a produção da tecnologia não é cultura?
Sim, é cultura, mas é uma cultura de nicho daqueles que podem criar tecnologias.
Quem cria tecnologias, entretanto, imagina como pode ser o seu uso, mas não exatamente como será.
O uso da tecnologia é, por si só, criador de uma nova cultura de uso.
O que quero dizer com tudo isso é que existem movimentos que têm uma certa autonomia na sociedade, que são, pela ordem:
- – o crescimento demográfico e a complexidade que traz, no que estamos chamando de ecologia humana;
- – e as tecnologias que se desenvolvem e criam cultura, limites e possibilidades, principalmente as cognitivas.
Assim, quando temos picos demográficos, vamos ter como consequência pressão na tecno-ecologia por novidades.
Enquanto a novidade não chega os ajustes passam a ser culturais, com mudanças sociais, econômicas e políticas dentro da mesma tecno-ecologia.
Quando surgem novas tecnologias cognitivas há uma quebra de paradigma e podemos começar a recriar um novo ambiente cultural, alterando radicalmente ao longo de tempo o social, a economia e a política.
É isso, que dizes?