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Liberalismo (1)Muitos se horrorizam ao se falar em liberalismo, pois foram educados a pensar em neoliberalismo (algo perverso) e já ligam a bancos e a concentração de renda.

O liberalismo na sua essência, ao contrário, é o movimento de descentralização de poder, tendo o individuo como base.

As manifestações de 2013 no Brasil foram tipicamente pela descentralização, como acredito que é a base do liberalismo e seus filósofos fundadores, como Thomas Paine, que queria derrubar o rei.

O problema do liberalismo é que ele parou no tempo e seus neo-defensores não conseguem ver a Internet como a ferramenta principal para o aprofundamento das suas ideias.

São liberais que precisam ser sacudidos pela inovação.

Ou melhor, perderam o espaço da defesa de seus conceitos e não tiveram ferramentas tecnológicas para continuar descentralizando.

Tivemos no século passado, dois movimentos que jogaram o movimento liberal para o canto:

– o crescimento populacional (que aumenta a complexidade e nos leva à necessidade de homogenização e centralização da espécie);

– a concentração de ideias, que nos levou à concentração de renda e o fortalecimento das organizações, os rabos que passaram a balançar os cachorros..

A Internet é por excelência liberal, pois defende uma rede descentralizada, com um centro cada vez menos poderoso.

O início do movimento liberal foi motivado justamente pela chegada do papel impresso, que permitiu um cérebro mais sofisticado para que vivêssemos uma nova etapa de descentralização do mundo.

Agora, estamos às portas de um novo movimento tecnológico cognitivo, que nos levará a um novo ciclo de descentralização, que podemos chamar de pós-liberal.

O problema que temos: os movimentos, digamos tecno-liberais, que resgatam a força do indivíduo, através de redes cada vez mais descentralizadas esbarram nos movimento anti-liberais dos dois lados:

– de quem é anti-liberal e anti-capitalista e no fundo neo-monarquista;

– e de quem é anti-liberal e quer um capitalismo de estado centralizado, que é um falso-liberal, que jogou os conceitos dos fundadores para o fundo da gaveta.

A saída para a crise da democracia e o resgate do movimento liberal no mundo, se dá através do uso das tecnologias, que permitem agora a descentralização com sustentabilidade e diversidade, via algoritmos.

Ou seja, temos novas ferramentas para descentralizar sem perder a capacidade de gerenciar a diversidade humana, o que antes era praticamente impossível.

Assim, vamos combater a crise moderna com mais liberalismo e não menos.

Temos que promover um tipo de pós-renascença e pós-iluminismo, resgatando as ideias liberais de seus fundadores, que são muito próximas daqueles que defendem hoje o poder descentralizador da Internet, que tem inimigos de todos os lados.

E criar um movimento tecno-liberal para combater a centralização tanto dos que nunca aceitaram as ideias liberais, como dos falso-liberais, que concentram o poder e capital, criando um falso liberalismo, que todos chamam de forma equivocada de neo-liberalismo.

O tecno-liberalismo, acho eu, é a terceira via para o século XXI e é o que vai nos ajudar a superar essa profunda crise de representação que entramos, que está nos levando para alternativas que nos levam para propostas pré-1800, muitas delas medievais, fundamentalistas, semi ou completamente religiosas e dogmáticas.

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