Religiosidade primitiva e o pensamento fundamentalista
http://nepo.com.br/2014/11/25/religiosidade-primitiva-e-o-pensamento-fundamentalista/
Se pegarmos a base do pensamento religioso cristão primitivo, teremos:
- – um padre acima do bem e do mal, uma pessoa “sagrada”;
- – pessoas do bem, cristãs, que adotam o lado do céu contra o mal e o diabo;
- – e pessoas do mal, não cristãs, que adotam o lado do inferno contra o bem e Deus.
Note que o pensamento religioso primitivo é simplista, pois permite que pessoas com baixa capacidade de autonomia de pensamento adotem os preceitos.
A terra é dividida entre o bem e o mau.
Entre as pessoas que abraçam um lado da luz, contra aqueles que abraçam o lado da sombra.
O movimento fundamentalista, qualquer que seja ele, abraça, de alguma forma, esses preceitos primitivos, preto e branco, pois são de fácil compreensão e mobilização.
O neopopulismo latino-americano bebe de duas fontes:
- – a cristandade que é a base de formação da maioria da população;
- – acrescida de uma visão mitificada anti-liberal, daqueles que lutam pela liberdade e as injustiças, pessoas do “bem”, que apareceram como os “mocinhos” da luta contra e pós ditadura.
Assim, o fundamentalismo e ainda mais agora o neopopulismo aposta na visão primitiva do bem e do mal e num mundo futuro sem injustiças, rumo a um paraíso na terra.
Esta é a base da meta de um mundo ideal, utópico, justo, só de pessoas do bem, aqueles que defende a “nossa” causa.
Como a realidade tem se mostrado diferente disso ao longo dos últimos milênios, o fundamentalista precisa controlar a realidade, quem tenta apontá-la, maquiando-a e impedindo o contraditório, pois o pensamento bom versus o mau é ótimo para conseguir adeptos mas se mostra incapaz de lidar com a realidade complexa.
O fundamentalismo sempre existiu e sempre existirá, pois ele está na base do pensamento primitivo em toda a sociedade. Quanto menor é a capacidade de autonomia de pensamento, mas o fundamentalismo tem chance de avançar.
Se tivermos como gatilho:
- – crises conjunturais;
- – ou injustiças estruturais.
É isso, que dizes?