O Papa ontem fez um discurso sobre a ganância.
O papa está errado.
O problema do mundo não é a ganância, mas o ambiente que permite que a ganância se expanda. Quanto menos transparência, mais ganância teremos,. Em nome da luta contra a ganância, aliás, muita gente fecha o ambiente e o que acaba provocando é mais ganância.
Há uma visão filosófica equivocada, que foi a base inclusive do Marxismo, de que o ser humano é mais forte do que o ambiente que vive.
Sim, há exceções, que justificam a regra.
De maneira geral, o ser humano é mais influenciado individualmente do que influencia o ambiente.
O grande aprendizado que temos na história política do Brasil é justamente a quebra dessa regra com o PT.
O PT afirmou que era o partido mais honesto do mundo e seu integrantes eram todos super-homens do bem. E que o que faltava ao país era falta de vontade política.
Ou seja, o ser humano mais forte do que o sistema, incapaz de ser corrompido por ele.
Passado quase 35 anos, vemos que a tese filosófica inicial estava equivocada.
A ideia de que o homem nasce bom e é corrompido pelo sistema não se sustentou.
O que aprendemos com o passado é que todo o sistema tende a se corromper quanto mais obscuro ele for e menos transparente. A melhor forma de combater a corrupção, como se diz, é a luz do sol.
A tese do “homem bom”, do “novo homem” de algo que nunca foi visto até aqui nos milhares de anos da história é justamente a ideia de construir um ser humano melhor ou superior aos demais, criar um mito sobre a humanidade.
Assim, se estes homens “superiores” estiverem no poder, acima do bem e do mal, podemos dormir tranquilos e nem precisamos aprimorar nossas instituições.
Ao invés do estímulo de participação e de um povo fiscalizador e ativo, queremos o contrário. Um povo submisso e crente de que aqueles “homens bons” cuidarão de nós. É óbvio que isso não está funcionando.
É isso, que dizes?