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A DIFERENÇA ENTRE SER HUMANISTA E DE ESQUERDA
E/OU NEM TODO HUMANISTA É DE ESQUERDA E NEM
TODA PESSOA DE ESQUERDA É HUMANISTA

http://nepo.com.br/2014/10/16/a-diferenca-entre-ser-humanista-e-de-esquerda-eou-nem-todo-humanista-e-de-esquerda-e-nem-toda-pessoa-de-esquerda-e-humanista/

Humanismo é a defesa intransigente da carta de Direitos Humanos, que estabelece os parâmetros morais e éticos para as sociedade moderna.

Faz parte da pauta humanista a luta intransigente contra a injustiça social, por exemplo, pela liberdade de expressão de todos os grupos e pela liberdade de ir e vir das pessoas.

A luta intransigente contra qualquer discriminação de raça, classe social, gênero e opção sexual.

Nem toda pessoa que é humanistas é de esquerda e nem toda pessoa de esquerda é humanista.

Uma pessoa que se diz de esquerda que aceita matar por uma causa, impedir que pessoas tenham expressão, em função de classe social ou de discordância política, ou impedir pessoas deixem um país não é humanista, mesmo que se diga de esquerda.

Ou seja, ser de esquerda não torna uma pessoa humanista, como acabamos achando no Brasil pós-ditadura.

No Brasil, confundimos humanismo com esquerda e esquerda com humanismo e estamos vendo agora nesta eleição que as duas coisas podem ser MUITO incompatíveis.

O que o PT fez com Marina no primeiro turno foi uma ação não humanista, pois tirou dela o direito de expressão, ao distorcer o seu discurso, por considerá-lo inapropriado por ser de outra classe social.

É uma ação não humanista de pessoas que se dizem de esquerda.

Tem gente que diz que é de esquerda e não concorda, pois, apesar de ser de esquerda, se considera humanista.

O humanismo, a meu ver, deve substituir o discurso no Brasil do que hoje é de esquerda. Vamos ampliar o humanismo e não aceitar, de que lado for, que algumas ações possam se perpetuar, seja em nome do que for.

Aceitar fazer negócios e relações com Cuba, um país que não tem imprensa livre, há presos por opinião política e não permite que os cidadãos possam sair do país é algo que vai contra o humanismo.

Mesmos que seja trazer médicos.

E também não é humanista trazer médicos sem passaporte, sem direito à escolha de onde trabalhar, sem família, ganhando menos do que os demais médicos estrangeiros.

Os nobres fins não justificam os hediondos meios.

Ponto, não há nada que justifique essa ação, como não há nada que possa nos alinhar a ações de tortura, de limite de expressão, ou o que quer que seja.

O totalitarismo do século passado cresceu justamente por que grupos em nome de uma causa “mais justa” ou “mais verdadeira” resolveram em nome dos fins transgredir nos meios.

Os resultados foram trágicos.

E foram os humanista, como Hannah Arendt que nos legara, a ideia de que a ética das relações deve ser preservada a despeito de tudo, pois se estivermos ancorados nelas garantimos as bases para avançar com menos violência.

O humanismo é algo abrangente, pois defende uma determinada ética e conduta, acima de tudo.

Não é humanista desviar dinheiro público para uma causa;
Não é humanista defender o ódio de classe;
Não é humanista não lutar pelo fim da desigualdade emancipando as pessoas mas escravizando-as;
Não é humanista mentir conscientemente em nome de uma causa política.

Muitos acreditam, ainda, que ser humanista é ser pacifista, não é.

A luta contra o totalitarismo de Hitler, Stalin, Mao, Fidel eram lutas humanistas de um regime de força contra a sociedade.

Impedir que os direitos humanos deixem de ser praticados e se tornem regra é uma das funções dos humanistas, procurando o caminho do diálogo e da democracia e, quando não é possível, da força, baseado na ética.

Por isso, existe a convenção de Genebra para estabelecer a ética, mesmo na guerra.

Hoje, estamos dando uma guinada, pelo menos eu estou.

Hoje, me considero um humanista e não mais uma pessoa de esquerda.

Um humanista tem uma ética muito mais ampla, do que uma pessoa de esquerda, pois ao dizer que sou de esquerda e luto contra a direita,neste momento, eu deixo de defender a carta dos direitos humanos, pois estou semeando o ódio de classes.

Pois quando me digo de esquerda já digo que tenho um inimigo de direita.

Se proclamar de esquerda ou de direita, a meu ver, fere a carta dos direitos humanos. As pessoas podem ser contra as injustiças sociais e ter maneiras diferentes para combatê-la.

Não são inimigas, mas têm visões distintas de como resolver problemas. Por isso, defendo que os novos partidos e os movimentos sociais se proclamem, antes de tudo, humanistas.

Que o que está na carta seja o código de conduta de todos, e, a partir disso, analisemos as diferenças.

Quando Stédile diz que ele vai fazer uma guerra se Aécio ou Marina ganhar ele não está sendo humanista, mas uma pessoa anti-humanista, totalitária de esquerda.

Fica claro e evidente é só comparar a ação com o que está na carta.

Ser humanista é algo que me protege de cometer ações que não estão na carta dos direitos humanos em nome de uma causa, gerando violência que vai, obviamente, ter violência de volta.

Ao ser humanista eu não deixo de lutar contra as injustiças sociais, mas me protejo dos desvios ou atalhos que essa luta pode vir a trazer, como vemos no Brasil agora.

E um humanista, seja de que partido for, não pode aceitar nada que vá contra, em nenhuma hipótese, ao código de direitos humanos.

Mesmo que isso signifique perder no curto prazo, é uma base ética para que a sociedade possa avançar.

É tempo de levantar a bandeira do humanismo do Brasil, para clarear as ideias.

Essa é a ética que devemos trazer para o país e cobrar de todos aqueles que se dizem “progressistas”, mas que têm rasgado, sem o mínimo pudor, as bases civilizacionais que construímos até aqui.

A luta pelas injustiças sociais têm o seu código de conduta. Sem ele, entraremos nas trevas.

Eu sou humanista. E você é humanista? Tá dentro?

2 Responses to “A DIFERENÇA ENTRE SER HUMANISTA E DE ESQUERDA E/OU NEM TODO HUMANISTA É DE ESQUERDA E NEM TODA PESSOA DE ESQUERDA É HUMANISTA”

  1. Henrique Cavalleiro disse:

    O seu discurso é de humanista de direita….pois só criticou a esquerda.

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