O ser humano do que consegui perceber tem a necessidade de equilibrar as seguintes demandas:
- Sobrevivência – produzir para poder viver;
- Uso da talento – poder fazer algo que consiga colocar seus talentos únicos para fora;
- Reconhecimento – ser reconhecido pelos seus esforços;
- Laços – criar relações de todos os tipos.
Isso tem medidas saudáveis e perversas.
Quando exacerbamos essas demandas e começamos a trabalhá-las, além dos limites, causamos determinadas “inflamações”, como vemos abaixo:
- Dinheiro – Sobrevivência – entendemos que é o dinheiro pelo dinheiro;
- Poder – Uso da talento – a vontade de poder fazer, se transforma do poder pelo poder;
- Fama – Reconhecimento – a inflamação da fama pela fama;
- Abuso – Laços – o uso das pessoas para conseguir as nossas metas, gerando abusos, tornando o outro um objeto das nossas “inflamações”.
Acredito que todos nós, humanos, temos uma angústia que precisa ser tratada, que é a angústia da morte.
Vamos morrer e sabemos disso, diferentes dos outros animais que não têm essa angústia.
Isso precisa ser trabalhado dentro da estratégia de vida de cada um de forma consciente.
Há um período de tempo que estaremos aqui e o que faremos com isso.
Arrisco a dizer que uma das causas dessas “inflamações” do ego é a nossa dificuldade de lidar com essa angústia da morte.
Super-valorizamos ou sub-valorizamos a significação.
No fundo, em ambos os casos ou nos escondemos ou nos expomos demais, tendo como origem dos dois problemas a mesma origem: dificuldade de lidar com a angústia da morte.
Há um desequilíbrio de estratégia, pois nada do que façamos vai alterar a realidade do fim.
Note que não se está questionando estes desejos e necessidades mais as inflamações que decorrem do mal gerenciamento delas.
Uma vida significativa deve incorporar os quatro lados para um bem estar e apontar para valores humanos que possam nos dar a sensação de que algo para os outros será deixado quando não tivermos mais aqui. A angústia passa a ser aplacada de uma forma mais sustentável.
Assim, para fechar, diria que há dois tipos de as inflamações do ego pela dificuldade de lidar melhor com a angústia da morte:
- o excesso – a procura desesperada pela fama, poder, dinheiro e abuso dos outros é fruto de uma angústia da morte mal resolvida, seria um problema do excesso.
- e a falta – não procurarmos colocar na nossa vida a sobrevivência, nossos talentos, o reconhecimento e os laços, muitas vezes com medo de estarmos cometendo excesso.
Uma vida significativa é a capacidade de desenvolver uma sabedoria de sempre nos colocarmos desafios um pouco além do que seria o tradicional, tentando equilibrar os quatro lados do quadrado, tendo a sociedade e o outro como referência e não como objeto de uso.
É isso , que dizes?
Mais sobre isso neste vídeo:
E neste: