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Diria que angústias são:

Sentimentos que nos incomodam e que gostaríamos de conviver melhor com eles, ou em alguns momentos eliminá-los.

E há, a meu ver, duas diferentes angústias que nos movem ao conhecimento, como vemos abaixo:

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  • Precisamos conviver com o que não conhecemos, não necessariamente por um problema prático, queremos conhecer mais e mais para reduzir essa angústia do desconhecido;
  • E temos a angústia da sobrevivência, que nos leva a tentar melhorar o conhecimento para resolver problemas práticos.

E aí chegamos no modelo abaixo:

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Ou seja, quando começamos a conhecer algo é importante que seja definido que tipo de angústia estamos querendo resolver, pois a Angústia do Desconhecido pode nos levar a apenas ter curiosidade de resolver, mas não estar aliado a nenhum problema prático no primeiro momento.

  • Um exemplo típico é o estudo dos planetas, dos povos antigos e de tudo que não resulta em solução de um problema prático.
  • Do outro lado temos a Angústia da Sobrevivência, quando estamos focados em resolver Problemas Práticos, ligados a nossa sobrevivência.

Tal divisão é muito importante para pensarmos o conhecimento, pois nos dois casos teremos dois tipos de abordagem científicas com métricas de comprovação diferentes, como vemos abaixo:

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Assim, não podemos ter um método igual para os dois casos.

  • O estudo de planetas ou de uma colônia de peixes que quer apenas conhecer se dará por uma validação de textos. Usaremos lógica, compararemos fenômenos e chegaremos a algum resultado que fará mais sentido.
  • Porém, não haverá uma intervenção na dada realidade, pois o ser humano será apenas um expectador do fenômeno sem intervenção.
  • Para estes casos, não podemos trabalhar com uma lógica pragmática, ou experimental, mas trabalharemos mais com a a análise da linguagem para ver o que é mais coerente.
  • Nesse momento a teoria não resultará de forma direta em uma metodologia de ação. Não é essa a angústia que está em jogo, mas apenas o conhecer pelo conhecer;
  • É um estudo voltado para fenômenos.

Entretanto.

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Quando temos, por outro lado, a angústia da sobrevivência isso já muda de figura.

  • O conhecimento tem uma demanda para resolver uma angústia objetiva, da qual se espera algum resultado.
  • A validação será feita a partir da construção de uma dada metodologia, que conduzirá a trabalhos operacionais, transformando necessariamente algo em serviço ou produto.
  • Aí a medição da dada teoria é feita de forma prática e objetiva.
  • Os produtos e serviços que resultaram no estudo são mais eficazes e melhores do que os passados?
  • Reduziram mais sofrimento? Ou aumentaram?
  • É um estudo voltado para problemas.

Essa separação acredito que recoloca a briga entre pragmáticos e metafísicos, pois não se pode cobrar de estudos que lidam com a Angústia da Curiosidade da mesma maneira que lidamos com a Angústia da Sobrevivência.

Obviamente, que temos aí na Ciência e nas suas prioridades o tempo que vamos nos dedicar a cada um destes campos.

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E como podemos cobrar de cada um deles, pois o primeiro está dentro do que defini como uma Rede de Conhecimento, que apenas visa melhorar nossa capacidade de perceber o mundo. E o outro é uma Rede de Ação, na qual o conhecimento tem um objetivo prático.

É um pouco a separação entre Ciências Aplicadas e Não Aplicadas.

E isso fará diferença quando pensarmos a Cadeia do Conhecimento que tenho tentado desenvolver.

Poderia, assim, definir que temos:

  • Ciências da Curiosidade – que visam apenas nos dar mais subsídios sobre o mundo que nos cerca;
  • Ciências da Sobrevivência – que objetiva resolver problemas práticos.

Como vemos abaixo:

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Tentativas inciais de enquadramento:

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É isso, que dizes?

Slides aqui:

 

2 Responses to “As duas ciências: por curiosidade ou por sobrevivência”

  1. […] Angústia do Desconhecido – sentimento humano que demanda o conhecimento pela curiosidade que pode, ou não, se propor a resolver problemas práticos – em 14/07/14, apareceu aqui; […]

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