Toda Revolução Cognitiva traz para a sociedade o aumento radical da Taxa de Canais Horizontais para a sociedade.
Saímos de uma Alta Taxa de Controle das Ideias para um ambiente em que essa taxa tende a baixar ao longo do tempo.
E isso implica que haverá espaço para novas ideias circularem na sociedade, principalmente dos divergentes, aqueles que estão fora da curva, sejam artistas, empreendedores, pensadores, líderes políticos.
Se aumenta, assim, a Taxa de Diversidade e um conjunto de ideias hegemônicas passa a ser sistematicamente questionado, um primeiro passo para se procurar um novo modelo para promover uma nova Governança da Espécie.
Podemos identificar nesse movimento, as seguintes etapas:
- – surgimento de novos Canais Horizontais sem remuneração, que entram como alternativa de difusão de ideias. Os divergentes ficam à margem da remuneração, mas com pouca sustentabilidade;
- – transformação destes Canais Horizontais para se ter remuneração e mais sustentabilidade.
Isso se dá em todas as áreas chamadas alternativas.
Um exemplo é a venda de produtos orgânicos, por exemplo.
É algo não incentivado pelo ambiente produtivo atual e precisa criar:
– uma nova cultura de produção;
– e um canal de escoamento.
Para queles que queiram viver de produção orgânica possam passar a viver disso.
Ou seja, é preciso criar a Indústria do Orgânico, com canais de produção e distribuição para que possam se disseminar na sociedade.
O problema é que a lógica de produção, devido a Alta Taxa de Ganância do final de uma Contração Cognitiva empurra e não incentiva esse novo modelo.
O setor incentivador de novos projetos, que investe, está mais voltado para uma outra lógica.
É preciso criar fontes alternativas de investimento, que tenham uma Taxa menor de Ganância, que envolva mais princípios para que esse tipo de projeto possa florescer.
Uma alternativa que aparece é o Crowdfunding, por exemplo, em que projetos que não recebem apoio passam a oferecer.
Vejam um exemplo típico são os milhares de produtos de vídeo no Youtube versus a remuneração que é feita.
O Youtube – uma rede de produtores de vídeos amadores – tende a incentivar o pagamento de anúncios apenas para os Blockbusters, relegando a segundo plano, apesar de colocar anúncio no vídeo de quem se candidata.
Ou seja, a lógica é horizontal, mas o compartilhamento do valor é vertical, favorecendo, sem princípio, quem se massifica ou atende a um público maior, repetindo o erro do modelo da televisão de massa.
Ao invés de criar uma indústria nova de produtos de vídeos alternativos, permitindo uma nova e pulverizadas indústria de vídeo, prefere seguir a mesma lógica da televisão.
Assim, mata-se a Indústria Emergente, criando uma latência por algo que consiga promovê-la mais adiante.
O que está por trás disso?
O Youtube trabalha com a nova Governança da Espécie na produção, mas não a adotou na distribuição do valor gerado, o que é cria uma desarmonia, que mais adiante o levará a uma crise.
- Ou haverá uma revolta dos produtores;
- Ou, o que é mais provável, um novo modelo alternativo que consiga ser Governança 3.0 mais pura: na produção e na distribuição do valor gerado.
Enquanto não houver essa “cauda longa” de distribuição do lucro, os modelos alternativos ainda ficarão à margem.
Arrisco dizer que a grande macro-tendência para os próximos anos é o surgimento dessa Governança 3.0 mais pura, em que haverá mais sintonia entre estes dois extremos.
É isso, que dizes?