O Brasil de maneira geral não se acha no direito de inventar nada. Não se acha capaz, pois acredita que o que pensa, sente não é algo que pode ser sentido ou pensado, pois está aquém de uma determinada “excelência fantasiosa” que é feita lá fora.
É um país que prefere seguir os outros.
Somos seguidores tóxicos!
Nossa formação é de seguidor de alguém lá de fora.
Como um Macro-Twitter intra-países.
Primeiro, seguimos Portugal, depois Inglaterra e agora Estados Unidos.
Somos repetidores de ideias dos outros e não criadores das nossas.
Aceitamos o lugar que nos colocaram e ficamos quietos, passivos.
Somos reclamadores profissionais, mas amadores em solucionar nosso problemas.
Quando alguém entre nós pensa ou faz algo diferente, só pode ser considerado se tiver validade lá fora. Tem que ir lá bater na parede e voltar para ser reconhecido.
Tem que ter o carimbo oficial estrangeiro.
Além disso há algo além do seguidor tóxico de inveja tóxica.
A inveja é diferente da ambição.
- A ambição é algo que eu quero, mas tudo bem que os outro queiram e consigam.
- A inveja é algo que eu não quero que o outro consiga.
Essa sina que é algo que nos tira o direito de inovar, nos condena a ser repetidor e oferecer produtos e serviços de baixo valor agregado.
Tem que haver um movimento nacional muito forte de potencialização do nosso direito de inovar, superando o medo que temos de fazer algo diferente e um combate sistemático à inveja à submissão tóxica.
E isso se reflete no todo.
Se não inventamos nada e só repetimos, o modelo organizacional vai na mesma direção.
Nossas organizações são fechadas para o novo, pois refletem essa karma mais geral.
Vivemos a primotocracia da mesmice, ao invés da meritocracia inovadora.
Elas repelem qualquer um que pense diferente e sentem uma atração enorme quando se vêem no espelho.
Isso não se resolve apenas com educação, mas com conscientização e superação na maneira de pensar e agir.
É isso, que dizes?
Como pesquisador em início de carreira vejo este problema também na ciência brasileira, que ainda idolatra o que vem ou é feito nos EUA/Europa e tem dificuldades em inovar no modelo de gestão de centros de pesquisa e universidades.