Não podemos, assim, falar em progresso humano, apenas em ajustes relacionais entre nossa capacidade de lidar com mais e mais complexidade demográfica.
Como tenho defendido, há uma profunda e disruptiva revisão filosófica-teórica em curso depois da chegada da Internet que vira a ciência humana de ponta cabeça.
Estamos aprendendo COM OS FATOS de que somos uma tecno-espécie e que mudanças nas tecnologias cognitivas mudam radicalmente a nossa história.
Sim, o elemento principal para rever a macro-história cognitiva foram as chegadas de novos canais de expressão humanas, via tecnologias cognitivas, que nos permitiram administrar melhor a complexidade demográfica crescente.
Viver em um mundo de 1 bilhão de habitantes, por volta de 1800, não é o mesmo que viver hoje em um que tem 7 bilhões.
Não se sente estes bilhões no abstrato, mas no adensamento cada vez maior nas cidades, no que podemos dizer que a complexidade demográfica se faz sentir no aumento radical da complexidade nas megalópolis, que é o palco e laboratório onde as Revoluções Cognitivas vêm resolver problemas e se expandir.
Assim, quanto maior for a complexidade demográfica, maios problemas teremos para nos gerenciar se os canais de expressão humanas não aumentarem a sua taxa de canalização humana.
Há com o aumento da complexidade demográfica muito mais diversidade humana, muito mais adensamento o que nos obriga a:
- – ter mais gente podendo falar e expressar suas ideias e sofrimentos;
- – e uma capacidade maior de dialogar com os outros.
Ou seja, uma Revolução Cognitiva tem como uma das suas grandes missões aumentar a taxa de meritocracia, através de ferramentais que fazem com que a sociedade possa avaliar novas ideias e aprová-las, quebrando o filtro tradicional do aparato da mídia, que só divulga aquilo que reconhece e lhe interessa.
O aumento da taxa da meritocracia, via novos canais de expressão, cria um surto de inovação, que visa basicamente recriar a governança da espécie que foi moldada e construída para uma complexidade demográfica, mas que se tornou obsoleta diante do novo cenário demográfico.
Por isso, há essa ebulição radical.
É isso, que dizes?