Muita gente me pergunta quando as previsões de uma nova sociedade digital vão aparecer.
E é algo que precisa ser bem discutido, pois como diz o Naisbitt:
O futuro não é temporal, mas regional.
Visto sobre este ponto de vista, podemos dizer que há vários futuros em paralelo, ocorrendo no mundo, mas uns mais promissores do que outros.
E como temos visto por aqui, o futuro nas Revoluções Cognitivas é puxado pelas novas tecnologias.
Assim, aonde ela consegue exercer mais influência ela cria um tempo cognitivo mais adiantado, com o uso mais intenso de uma tendência que acaba por se espalhar para os pontos menos atingidos.
Não vou usar aqui a expressão adiantado ou atrasado, mas de uso intenso de algo que provavelmente vai ser massificado para todo o mundo, pois é mais eficaz para lidar com a complexidade vigente.
Tudo que é mais eficaz tende a se massificar e vice-versa!
Podemos dizer, portanto, que a chegada de Revoluções Cognitivas vão criando tempos cognitivos distintos na sociedade, criando nos tempos futuros mais capacidade de fazer mais com menos, o que dá a esses ambientes mais competitividade em relação aos demais.
Uma Revolução Cognitiva sempre tem este objetivo, fazer mais com menos, pois é algo que vem lidar melhor com uma nova complexidade que não existia antes.
Note que temos hoje no mundo:
- tribos que falam, mas não têm escrita;
- conjunto enorme de populações que não sabem ler;
- outros tantos que nunca viram um computador ou internet;
- ou que usam a internet de forma muito parcial.
Todos são tempos cognitivos em paralelo que convivem entre si.
É possível viver em um passado cognitivo, mas desde que de forma isolada e auto-suficiente, como uma tribo no meio da Amazônia, que terá limites de demografia.
Se houver aumento de membros ou contato exterior, a roda cognitiva vai começar a girar.
Não se pode dizer que um índio que não tem escrita vive melhor ou pior do que um adolescente altamente plugado de uma megalópoles.
Porém, é preciso analisar a complexidade ambiente de cada um destes grupos.
Quanto mais complexidade ambiental, mais se exigirá complexidade cognitiva.
Assim, teremos bolsões no mundo de tempos cognitivos distintos.
Foi assim e continuará assim, porém, a velocidade atual da Internet em um mundo altamente complexo com 7 bilhões de habitantes, nos leva ao que podemos chamar dos tempos cognitivos digital, muito mais acelerado do que era antes.
O que vou falar neste outro post.
[…] Comecei falando mais sobre isso aqui. […]
Interessante esse ponto de vista. Nepô você acha que algum “tempo cognitivo” vai deixar de existir?
Ex: Que as “tribos que falam, mas não escrevem” deixem de existir….
Abraços
Bruno,
O problema é que algumas complexidades permitem o isolamento e a manutenção de modelos como este, desde que se fique isolado..a questão hoje que se coloca é possível se isolar?