Acredito que temos duas possibilidades ao lidar com conhecimento.
A narcísica – atualmente mais vigente e comum: conhecer por conhecer, o que nos leva quase diretamente a assuntos e menos a problemas.
Ao fortalecimento do valor de “autoridades” que sabem muito, mas colaboram pouco para a redução de sofrimento da sociedade.
Tal linha permite e leva a um isolamento maior e ao fechamento do conhecimento por escolas isoladas.
A relacional/dialógica- uma visão mais ética e engajada que seria: conhecer para reduzir sofrimentos, o que nos leva NECESSARIAMENTE ao estudo de problemas.
Ao fortalecimento do valor de novas autoridades, que geram valor pela capacidade do sofrimento que reduzem.
Tal linha leva a um isolamento menor e a procura de abordagem mais interdisciplinar.
Diria que esta é uma questão filosófica da ciência e, no fundo, do propósito das organizações e do ser humano.
Porém, estes dois pólos oscilam, conforme a conjuntura tecno-cognitiva.
Quanto mais centralizada for a circulação de ideias da espécie, mais teremos um aumento da taxa de narcisismo das organizações, incluindo a ciência.
E vice-versa:
Quanto, mais descentralizada for a circulação de ideias da espécie, mais teremos um aumento da taxa de diálogo das organizações, incluindo a ciência.
A grande batalha hoje é a expansão de um novo modelo de governança digital na ciência, que nos leva a uma produção de conhecimento mais dialógico, com a, valorização daquelas “autoridades” mais voltados aos problemas da humanidade, com foco na redução de problemas.
É isso, que dizes?
Conjuntura cognitiva – momento do pêndulo cognitivo, em contração ou expansão;
Governança digital – modelo de governança da espécie influenciada e condicionada pelo, ambiente cognitivo;