Vivemos em todo o mundo e em especial nos países periféricos o que vou chamar de Conservadorismo Cognitivo.
Vou detalhar na minha lista de conceitos, Conservadorismo Cognitivo da seguinte maneira:
Estratégias voltadas a tirar e manter o máximo possível o ambiente cognitivo pré-revolução cognitiva digital, que atinge organizações de todo o tipo, sejam públicas ou privadas, incluindo fortemente o governo.
Isso no Brasil tem acontecido fortemente, pois temos dois movimentos em conjunto ocorrendo:
- – a inclusão social, política e econômica de camadas excluídas socialmente, que ocorre em toda a América Latina, em função da continuidade da democracia, que faz com que os despossuídos passem à prioridade;
- – a Revolução Cognitiva Digital que atinge fortemente a camada social com mais posse, criando novos modelos de troca, que irá influenciar todo o resto no futuro.
Há, assim, dois movimentos em paralelo o que leva as organizações a uma escolha de Sofia, pois precisariam ter uma dupla ação:
- Mais emergencial e operacional – atender a forte demanda que vêm dos setores excluídos da Revolução Digital, que estão experimentando os velhos métodos de consumo;
- Mais estratégica – e procurar atender a demanda dos novos setores, que estão se bandeando para os novos fornecedores do mercado, mais antenados com a Revolução Digital.
Como já disse, o problema é que o setor incluído digitalmente é o futuro e vai puxar o excluído e não o contrário.
Podemos dizer, assim, que o “bolsão de excluídos digitais” que estão consumindo hoje no Brasil os produtos e serviços que estão sendo deixados de lado pelos incluídos tem uma data de validade, pois os excluídos de hoje ou os incluídos parcialmente serão os totalmente incluídos de amanhã.
E isso os leva aos braços de outros fornecedores, que estão criando inovações radicais dentro da tendência aberta pela Revolução Cognitiva Digital.
Note estas notícias do Valor, por exemplo, no setor do turismo:
Os motivos da melhoria dos lucros nos levam a um uso da Internet sem ainda as plataformas digitais, mas reforçando o trabalho de intermediação – o que acaba por repetir o modelo que já vinha sendo feito antes dela. Ou seja está se beneficiando do problema dos excluídos e os semi-incluídos, mas não está abrindo novas portas para o futuro. A camada mais incluída e com mais poder econômico está indo para plataformas participativas fazendo turismo de forma direta, longe do atual modelo de negócio atual.
É um abismo próximo.
Que dizes?
[…] Isso se agrava muito no Brasil em função do conservadorismo cognitivo que está bebendo da mesma água, que falarei no próximo post. […]