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 Diferente do que imaginava Marx, a meu ver, a tensão que existe na sociedade e vai definindo a história não é entre classes sociais, mas entre a população e as organizações que são criadas em cada uma das sociedades. As organizações sempre querendo se servir da sociedade e esta procurando evitar. 

Monarquia-

Nossa espécie, como disse aqui, precisa de estabelecer trocas variadas para sobreviver.

A ideia de um ermitão sozinho em uma caverna é interessante, mas são muito poucos exemplos de alguém que consiga viver desse jeito, objetiva e subjetivamente falando.

É, digamos, um modelo não sustentável em maior escala. Quanto mais gente, mais trocas teremos que ter e mais elas têm que ser fluídas.

Assim, a sociedade humana procura criar e manter organizações para regular as trocas e sobreviver no tempo.

Vou chamar de governança, assim, o modelo geral em que as organizações se estruturam internamente e mantém seu poder sobre a sociedade.

Ou seja, as trocas são mediadas por organizações que são o resultado das tensões entre  oferta e demanda.

Diferente do que imaginava Marx, a meu ver, a tensão que existe na sociedade e vai definindo a história não é entre classes sociais, mas entre a população e as organizações que são criadas em cada uma das sociedades. As organizações querendo se servir da sociedade e a esta procurando evitar.

É uma eterna tensão e haverá em todas as sociedades humanas.

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As organizações, assim, são aceitas pela sociedade para que estabeleçam, promovam e coordenem as regras das trocas de todos os tipos. E aí estabelece-se uma relação de poder entre as organizações e a sociedade, que define a capacidade da sociedade impor mais ou menos as suas demandas para as organizações.

Essa relação de poder das organizações está baseada fortemente em dois pilares:

  • – a força – que é a capacidade de impedir que se reclame ou se modifique algo, principalmente nas ditaduras;
  • a desinformação – que é a capacidade de controle das ideias circulantes para criar uma ilusão de que as organizações querem servir a sociedade e não se servir dela, criando uma área de sombra entre o que se diz e o que se faz, de fato (a intenção declarada e o ato feito).

A governança, assim, sofre um abalo quando estes dois pilares são implodido de alguma forma.

  • No primeiro caso, com uma revolta e a tomada de poder, com uma abertura também informacional, em quedas de ditaduras.
  • E no segundo, com a possibilidade da população poder se informar melhor, através de mudanças no ambiente tecno-cognitivo, como está acontecendo agora com a Internet, em uma Revolução Cognitiva.

Sturm auf die Bastille

Em uma Revolução Cognitiva abre-se de forma rápida e muita intensa a capacidade de troca horizontal entre a sociedade, reduzindo o poder de desinformação das organizações.

Percebe-se mais claramente o desserviço que vem sendo prestado e a relação viciada que se estabeleceu das organizações em função do poder da desinformação do ambiente tecno-cognitivo passado.

Aliado a isso, a primavera informacional permite o aumento da taxa de inovação e o surgimento de novos modelos de negócios mais próximos das demandas reprimidas, apresentando ainda de forma mais clara o deserviço.

É um abalo profundo no antigo modelo, o que causa um longo período de perda de confiança nas atuais organizações e a procura de um novo modelo, um período pré-revolucionário, em que uma nova governança da espécie vai sendo gestada.

A atual Revolução Cognitiva e seus agentes estudam formas de criar uma nova governança e um novo modelo de organizações mais compatíveis com o novo ambiente.

Foi isso que gerou a Revolução Francesa pós chegada do papel impresso na Europa, que moldou as atuais organizações.

O processo está findo.

Estamos diante agora da procura de um novo modelo organizacional mais compatível com a atual complexidade demográfica.

Que dizes?

One Response to “A relação entre governança e confiança”

  1. […] Como disse aqui, a governança da nessa espécie é variável, em função da demografia e o aparato tecnológico que temos para estabelecê-la. […]

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