Bom, brincando de futurologia, vamos agora mostrar como as forças da sociedade se colocam e podem se mover, a partir das tecnologias cognitivas, que é uma novidade para os futurólogos de plantão.
A base para pensar o futuro, aqui na minha linha de raciocínio (cada um tem a sua) é dizer que a sociedade vive em um desequilíbrio/equilíbrio entre a taxa de justiça/injustiça e a capacidade de mobilização/imobilização da sociedade.
Se a maioria ou uma parte da população se sente suficientemente injustiçada e consegue, de alguma forma, ter forças para mudar essa injustiça, ou se a injustiça chegou a tal ponto que não há nada mais a perder, temos aí um ponto de inflexão.
Podemos dizer que potencialmente há uma possibilidade de mudança.
Essa é a base principal para analisar a situação de cada país, de regiões e do mundo como um todo.
Podemos chamar isso do equilíbrio das injustiças.
Movimentos de mudanças sociais ocorrem nessa direção, sejam eles:
- – de ordem política – mudanças na forma do regime, na derrubada de reis, presidentes, ditadores;
- – na ordem econômica – com o surgimento de novos players mais dinâmicos, ou menos dinâmicos, através da concentração.
Há muito que já se escreveu sobre tudo isso.
Porém, a futurologia precisa ter um banho de loja com a chegada da Internet, uma tecnologia cognitiva reintermediadora que é um novo fenômeno e tem – para quem pensa o futuro – algo de extrema relevância.
Podemos dizer que vivemos hoje uma alta taxa de injustiça na sociedade, pois houve um forte concentração de poderes (econômicos, sociais, políticos e cognitivos), que estabeleceu um equilíbrio frágil.
Há movimentos em vários países, incluindo do chamado clube dos mais ricos, que aponta um forte descontentamento.
Podemos dizer que há alguns fenômenos encadeados:
- – forte aumento populacional (de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos);
- – forte concentração de poderes sociais, políticos, econômicos e cognitivos;
- – aumento da sensação de injustiça, porém sem ainda poder de transformação.
O que temos hoje com a chegada da Internet é justamente o início da capacidade que os que se sentem injustiçados começarem, ainda que timidamente, a perceber o poder que passaram a ter, pois há um descontrole de ideias na sociedade, com a macro-canalização humana.
Todo o desequilíbrio das injustiças trabalham com dois parâmetros:
- – a redução objetiva da taxa de injustiça, através de atos e fatos;
- – ou o aumento da taxa de manipulação das percepções, marketing, sofismos e versões.
O que há hoje quando pensamos no futuro é que não conseguimos ver o quanto há de insatisfação acumulada e o quanto o novo ponto de equilíbrio está distante do que está se propondo na sociedade pela ordem estabelecida.
E isso não é localizado, regional, mas global.
Deve-se, assim, analisar como eixo principal de qualquer futurologia depois da chegada da Internet, mudanças que virão a partir das tecnologias cognitivas como força principal sobre o futuro, pois elas empoderam injustiças, desequilibrando o que estava fragilmente equilibrado.
O que nos leva, no que venho estudando, a chegar ao ponto de falar da necessidade de criar uma nova governança da espécie para que se possa chegar a um novo equilíbrio.
Os futurólogos que não colocam isso na mesa, estão que nem os dinossauros.
Achando que são os donos do mundo sem conseguir ver o meteoro que se aproxima.
Que dizes?
Versão 1.0 – 01/12/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] Seriam as forças principais a serem analisadas para se poder colher os dados. E vou aplicar esse método para apresentar a ruptura que a Internet traz nesse equilíbrio, ligando os dois pontos Futurologia e Internet. […]