Como disse aqui estamos passando da assuntologia para a problemologia. Isso nos leva à mudança radical na forma de pensar e agir. Só podemos pensar em fazer essa passagem, através do uso intenso das oportunidades abertas pelas novas tecnologias cognitivas.
Note que todo o aparato educativo-produtivo da sociedade atual estava todo montado para o estudo de assuntos.
Vale mais quem sabia/sabe conteúdos, pois o mundo se estabilizou, consolidou, se especializou, desde a chegada da Governança da espécie impressa-eletrônica-capitalista-republicana.
O objeto de estudo, a realidade, digamos assim, ficou meio parada, pois os canais estavam controlados.
O que vinha a público à sociedade passava necessariamente pelos filtros de plantão, que estabeleciam critérios de baixa inovação.
Preparamos todo nosso aparato de produção de percepções e tomada de decisões para lidar com esse mundo paradão, mas gestor mais e mais de crises.
A mudança da placa tectônica cognitiva começa a romper com esse modelo, pois há uma macro-canalização na sociedade com alguns fenômenos em paralelo:
- – mais gente reclamando e criando;
- – descontrole do que se reclama e cria;
- – mais e mais produtos e serviços inovadores, que desafiam o aparato educativo-produtivo atual, que foi, aos poucos, se acomodando para conservar e não mais para criar.
Já havia a demanda por mudanças, mas estava abafada pelo controle das percepções. As pessoas estavam/estão insatisfeitas mas não sabiam/não sabem.
A passagem para a problemologia é algo que vai demorar bastante tempo, pois há uma inversão de valores.
- Hoje, vale quem é certificado pelas organizações tradicionais;
- Amanhã, o valor será dado pela sociedade que sofre e quer ver seus sofrimentos minimizados.
A questão que se coloca é como faremos para ir reduzindo, mas não acabando com o estudo da assuntologia e adotando mais e mais a problemologia?
Quando eu aprendo para solucionar problemas eu faço cortes em assuntos de formas completamente diferente do que fazemos hoje.
Essa passagem, entretanto, não será apenas ideológica, pois precisaremos usar as novas tecnologias para promover essa inversão de baixo para cima de valorização de pessoas, produtos e serviços e não mais de cima para baixo.
Hoje, isso ocorre de alguma forma na Internet, ao se detalhar os processos.
Um taxista ao receber estrelas depois de uma corrida é avaliado pela sua capacidade de resolver o problema: corrida de táxi.
Imaginemos que isso deva ser aplicado nas soluções possíveis para o conjunto de problemas. E aí começamos a criar uma nova didática para capacitar cada pessoa a um problema de uma dada complexidade.
O que você precisa saber para se capacitar a resolver tal problema?
Uma aprendizagem por complexidades gradativas e um conteúdo na medida certa para que isso seja possível é algo muito diferente da atual assuntologia sem foco em problemas.
Ou seja, aprende-se para resolver o problema e não para se certificar e depois resolver o problema. O caminho da problemologia é mais curto, mais dinâmico e será o mais utilizado nessa expansão cognitiva.
Ele se valida pela capacidade de focar em uma dado problema e conseguir minimizá-lo com eficácia, o que seria: melhor custo/benefício, incluindo a questão ética.
Há muito o que pensar e dizer.
Versão 1.0 – 25/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] Vejamos os desafios colocados para a problemologia. […]