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Foi Clay Shirky que produziu essa frase maravilhosa. “Nós filtrávamos para publicar e agora publicamos para filtrar”. Acredito que é a síntese da passagem da contração para a expansão cognitiva e da forma que criaremos a percepção de mundo e tomaremos decisões no século XXI.

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Note que antes tínhamos poucos canais e muita gente.

Vivíamos a escassez de canais e, por sua vez, escassez de conteúdos, filtrados pelos certificadores, ou filtradores da Idade Mídia Vertical.

Havia muito o que dizer, mas poucos canais.

Nossa visão era manipulada pelos poucos canais de plantão, o que nos levou a uma ditadura cognitiva.

Os filtros mais e mais eram feitos por critérios cada vez menos meritocráticos.

Assim, havia o que o “sindicato da informação” chama de “Gatekeepers” os guardiões das chaves da publicação.

Não havia outro jeito.

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Se eu tenho 400 artigos acadêmicos e uma revista que permite colocar 20, eu preciso filtrar para ajustar o espaço ao conteúdo.

Para isso, eu monto um aparato de certificadores que vão analisar, com diferentes critérios, aquilo que vai ser produzido.

Há um afunilamento necessário entre espaço x tamanho.

O modelo era o possível. Não era bom ou ruim, malvado ou bonzinho, mas era o que funcionava em um ambiente tecno-social impresso-eletrônico.

Tal modelo começou a entrar em crise, pois:

  • a) aumentou-se a população;
  • b) aumentou-se a interconexão;
  • c) prostituiu-se o modelo, pois cada vez mais temos menos meritocracia (um corporativismos natural da falta de transparência.);
  • d) o filtro foi ficando cada vez mais caro, lento e ineficiente.

A Internet vem justamente ser a saída para a crise, o que nos leva a uma guinada no aparato de tomada de decisões. Estamos colocando uma sofisticação a mais na nossa tecno-sociedade,  a tomada de decisões dos insetos e abandonando a dos mamíferos.

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Hoje, com a complexidade saindo do armário, não sendo mais presa pela ditadura de canais, passa-se a viver em um mundo de mudanças de percepção à velocidade da luz.

E não se consegue mais acompanhar o mundo com o mesmo modelo de produção de percepções do passado.

Hoje, não se pode preparar a percepção, empacotar, ajustar para depois publicar e, só então, interagir, ao contrário, é melhor colocar o quanto antes a percepção para fora para interagir o mais rápido possível.

  • Saímos da percepção que era construída por poucos a ser disseminada para muitos.
  • Para uma mundo em que a percepção é construída por muitos com muitos, via interação.

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Essa mudança só é possível nos novos ambientes em plataformas digitais colaborativas, nas quais se interage, através de vários recursos, para que essa interação coletiva de produção das percepções seja possível.

Ou seja:

  • Publica-se para conhecer;
  • Fabrica-se para pesquisar;
  • Ensina-se para aprender.

Estamos assumindo na expansão cognitiva a nossa fase mais aberta, pois com a percepção mudando na velocidade da luz, fica mais evidente a nossa  miopia cognitiva. E nestes momentos só se combate a miopia cognitiva com interação e comunicação.

Por isso, publica-se para conhecer aquilo que não se conhece.

É tipo uma gestão do desconhecimento, via interação.

O que não integre rápido, fica velho e petse o valir.

Versão 1.1 – 15/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

2 Responses to “Publica-se para conhecer!”

  1. […] (Este texto é útil para entender a dinâmica deste blog ou de qualquer blog, que faça dos textos um canal de aprendizado.) […]

  2. […] me esforçado bastante para compreender o que ando e muitos andam fazendo por aqui. Note, como disse aqui, que não estamos mais descobrindo para publicar, mas publicando para […]

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