Tenho me esforçado – bastante – a entender como nós vamos produzir a verdade em um mundo mais aberto e transparente, com redes cognitivas em um processo de expansão de canais.
Note que:
- – a verdade é a base principal da sociedade, pois é com a verdade que tomamos decisões;
- – conforme a qualidade da verdade produzida temos um mundo mais ou menos eficaz, mais ou menos criativo ou destrutivo.
Temos entretanto, estamos aprendendo isso, uma relação direta da produção da verdade com as topologias de redes cognitivas na sociedade.
Quanto mais as redes cognitivas forem centralizadas, mais a verdade será produzida por menos gente, com menos diversidade, com menos qualidade, o que implica em baixa qualidade de tomada de decisões, um potencial gerador de crises.
Já que uma crise é provocada por uma percepção da realidade (verdade construída) que bate contra os fatos ativos da vida. Se há uma maior diversidade, as crises tendem a ser reduzidas e vice-versa.
Por quê temos uma verdade de baixa qualidade hoje?
Notemos que a verdade é uma relação entre a percepção de alguém versus os fatos ativos da vida.
Se eu me isolo, minha tendência é me afastar dos fatos ativos da vida, pois eu vou tender mais e mais a projetar uma realidade, pois passo a ter menos fatores questionadores da minha percepção.
Quanto mais isolado, maior a tendência de eu criar uma fantasia da vida e, por sua vez, minhas decisões vão espelhar essa visão.
Vide um governante que do alto de seu castelo faz um mundo cor de rosa.
Agora, faça a seguinte conta.
- – As redes cognitivas vão se fechando cada vez mais, isolando os tomadores de decisão;
- – E há, em paralelo, um aumento da complexidade demográfica, com verdades cada vez mais complexas.
Porém, não é fácil a passagem da descentralização da produção da verdade e da tomada de decisões, pois esbarramos em dois problemas:
- – Nem quem toma decisões hoje está pronto, preparado e interessado a dividir a responsabilidade e tudo que isso implica de perda de poder;
- – Nem quem tem que passar a tomar decisões está pronto, apesar de haver interesse, pois há um trabalho objetivo e subjetivo que deve ser feito para que isso seja possível.
Este, como tenho dito, é o desafio político-educativo do novo século.
Versão 1.0 – 05/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
Assim,