Quando falamos de ética (tema que agora adotei no meu módulo de conscientização para a migração para o mundo digital), vem o tema felicidade, na sequência, veja aqui neste vídeo do filósofo Clóvis de Barros Filho.
E note que estamos tratando felicidade não como auto-ajuda, mas tentando problematizar com algumas questões filosóficas. Se te ajudar, é consequência disso. 🙂
(Este texto fará parte de um dos temas da minha palestra hoje sobre ética e meios digitais no Colégio Pedro II.)
Quando pensamos em felicidade o caminho mais direto é pensar em uma propaganda de televisão bem colorida e algo que dura muito tempo. Porém, do que vi e aprendi, a tal felicidade é muito mais complicada quando pensamos em algo abstrato, pois não sabemos bem o que fazer para consegui-la.
O melhor caminho é a inversão.
Ser feliz é conseguir uma baixa taxa de sofrimento e, portanto, baixa taxa de tristeza.
O que fica mais tangível, pois podemos identificar tudo que fazemos ou fazem conosco que nos causa sofrimento.
Quanto menos sofrimentos, conseguimos criar para nós, menos infelizes seremos.
Deixe a felicidade de lado.
Uma baixa taxa de infelicidade já está de ótimo tamanho.
E lutar para reduzir sofrimento é mais fácil!
O problema é que, normalmente, quando vivemos uma crise que denota um agravamento de um dado sofrimento que nós causamos ou nos causaram, procuramos sempre atribuir ao outro, a uma circunstância o problema.
Jogamos fora a grande oportunidade de aprender com as crises, inventariando o problema.
Tendemos sempre a vitimização, nos excluindo da responsabilidade que temos pelas situações que vivemos, geralmente por escolhas feitas anteriormente.
É muito melhor apontar o dedo para fora e não para dentro.
O que nos leva a uma situação de neurose, pois vamos repetir o mesmo problema diversas vezes, entrando em um círculo vicioso e não virtuoso.
Só um inventário, como ou sem ajuda, dependendo do caso, nos tira da vala ou do fundo do poço.
Toda crise, assim, bem vivida nos aponta uma certa ilusão sobre nós ou quem nos rodeia que demonstra que não é bem assim que a banda toca.
É preciso, antes de tudo, entrar em um auto-laboratório para que possamos nos desiludir e assumir a responsabilidade que temos, o que precisamos ver diferente e mudar, em função de uma dada crise para que não soframos mais daquele mal e não geremos mal ao próximo.
O aprendizado crise após crise vai nos dando a medida do que nos provoca o sofrimento, o quanto nós somos responsáveis por ele e o que podemos fazer para não repetir o problema, construindo, na sequência, um método que pode nos ajudar e aos demais, deixando um legado de sabedoria na sua breve passagem por aqui.
Assim, acredito que ser feliz é ser menos infeliz, é sofrer menos.
É aproveitar cada crise para tirar uma lição para que ela não se repita e sempre com o dedo apontado para nós, pois só nós podemos mudar e aprender.
Se o outro não quer, beleza, problema dele.
É isso, que dizes?
Versão 1.0 – 01/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
Indico o livro “O sentimento de culpa”, muito a ver com o tema abordado.