Meus filhos estão para decidir o que farão no vestibular.
E acho que a decisão agora é bem diferente do que foi no passado.
Motivo?
Estamos vivendo uma expansão cognitiva, o fim de uma longa ditadura cognitiva e prevejo que a sociedade como um todo vai dar uma grande guinada em direção aos propósitos ao invés das profissões, dos problemas ao invés dos assuntos, da inovação no lugar da repetição. (Fiz um mapa aqui com as macro-tendências para as décadas vindouras.)
E isso vai afetar o como devemos escolher profissões.
Vai ter mais valor no mercado um profissional que esteja envolvido profundamente no problema que se propõe a resolver no mundo. Será uma missão que vai estar acima da empresa em que trabalha.
Ele vai escolher a missão (que tem que ser relevante para a sociedade para gerar valor) e a organização vai escolhê-lo por causa da dedicação e do conhecimento que tem ao trabalhar com ela.
Ou seja, será valorizado aquele que é um apaixonado por um dado problema e quer mais e mais aprender com ele e procurar reduzir sofrimento daqueles que vai ajudar.
As organizações vão caminhar nessa direção não por que querem, mas por que serão obrigadas em um mundo mais transparente e de alta interação.
Assim, tenho dito aqui para meus filhos que eles devem escolher uma missão no mundo muito mais do que uma profissão e ver como essa missão se encaixa nas opções de carreira que existem, pois o importante é a missão – a carreira é apenas a estrada para que ela possa ser exercida.
Muitos dirão que isso é o ideal, mas o mundo não é assim.
Concordo, e digo que talvez em vários setores ainda isso não seja exatamente assim, mas estes setores estarão mais e mais perdendo valor na sociedade. Serão lugares em que o trabalho será de baixa qualidade e isso deve ser evitado.
Uma boa missão é aquela que possa aliar demanda da sociedade com setores inovadores, ou criar uma organização inovadora, hoje uma opção muito mais viável.
Acredito que mais e mais isso vai passar a valer, pois a Revolução Cognitiva vai ganhar mais exigir organizações abertas e inovadoras.
Os profissionais devem ser estudantes apaixonados do problema que querem ajudar a resolver, pois é isso que fará que possam estar o tempo todo estudando e aprendendo, criando uma relação muito mais humana com os clientes que irão tentar ajudar.
Por aí, que dizes?
Versão 1.0 – 29/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] (Ver mais sobre missão e profissão aqui.) […]