Quero abandonar o conceito de colaboração e trocar por participação, que me parece mais eficaz e coerente com o que está acontecendo com a chegada da Revolução Cognitiva.
Hoje, aliamos o conceito de colaboração com a chegada das mídias sociais.
Passou a ser a meta de projetos desse tipo nas organizações:
“Vamos aumentar a colaboração!”
Co-laborar é trabalhar junto.
E do ponto de vista formal já se trabalha junto e já se colabora, pois quando alguém passa um documento para alguém na empresa está colaborando.
Podemos até falar de extra-colaboração aquela que os códigos da empresa não preveem que poderia ser medido pelo clima organizacional, com um ambiente mais propício ao apoio mútuo.
Isso é tratado como uma melhoria na comunicação entre colaboradores, mas tal conceito e visão tira o mais relevante da discussão, pois cria-se a ilusão que o modelo de tomada de decisão permanece igual, alterando apenas aspectos da comunicação.
Mas não é isso que está e o que vai acontecer para melhorar a competitividade das organizações. O que elas e toda a sociedade precisam para superar as atuais crises é de participação. Ou seja, não é mais colaboração que precisamos com a chegada da atual Revolução Cognitiva Digital mas mais participação.
Notem que a maior crise que estamos passando é justamente de forma e conteúdo de como tomamos decisões na sociedade.
O atual aparato da verdade está cansado e obsoleto, pois foi estruturado há 200 anos, com a Revolução Francesa, que montou um modelo de tomada de decisões voltado para uma complexidade demográfica de 1 bilhão de pessoas.
Toda a nossa rede de tomada de decisões foi baseada em um modelo eletrônico-impresso, no qual algumas autoridades de plantão definem: os sofrimentos/problemas a serem atacados, como serão atacados, com que objetivo.
Como temos visto, a concentração do aparato da verdade provoca uma contração cognitiva, que vai, aos poucos, cada vez mais concentrando a tomada de decisões em cada vez menos pessoas, que acabam agindo apenas para se manter como autoridades e não mais voltadas para o ataque dos problemas/sofrimentos da maioria da sociedade.
A crise atual é uma crise do resultado dessa concentração de verdades e de decisões desse pequeno grupo, que já não tem mais instrumentos para lidar com a crise, pois ela exige um novo paradigma de visão, que está sendo construído pelas novas lideranças que surgem ao longo do processo da Revolução Cognitiva Digital.
Uma Revolução Cognitiva, como temos visto na história, vem para aumentar e qualificar novas lideranças (em todos os campos), que irão oxigenar a sociedade com novas verdades, novas perguntas, novos problemas, procurando chamar a atenção para novos e velhos sofrimentos que estão fora do radar dos aparato da verdade atual.
A nova rede de tomada de decisões, portanto, não quer aumentar a colaboração entre as pessoas, mas aumentar a participação nas decisões que são tomadas, a partir do empoderamento emocional-cognitivo que permite.
Demanda-se, assim, participação nas decisões e não colaboração, que é algo que não ataca as crises em curso, que precisa de novos olhares sobre novos e velhos problemas/sofrimentos.
Que dizes?
Versão 1.0 – 07/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
Participar de fato é a intenção, quem participa está colaborando tb, mas quem colabora nem sempre participa. A questão importante é elevar a taxa de idéias e diminuir sua taxa de controle. Podemos pensar em uma palavra mais vendável e menos genérica que “participar”
Que tal simplesmente, “compartilhar”? Compartilhar seu conhecimento, compartilhar seu tempo, compartilhar-se.
Trabalho de compartilhamento, governanca de compartilhamento, politica de compartilhamento.