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Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

(Veja também este post.)

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O conceito de complexidade demográfica tem uma certa obviedade, apesar de ser invisível para os estudos filosóficos, teóricos e metodológicos. Trago-o adaptando dos estudos da área de sistemas da Ciência da Informação, nos quais um dado sistema que cresce muito, não pode permanecer igual, se não entra em crise, vive uma entropia.

Assim, se aumentamos o tamanho da espécie, somos os únicos animais que que podem fazer isso, criamos um problema a ser administrado, o que chamei de impasse demográfico cognitivo.

E isso nos leva para uma maior complexidade de problemas.

Uma revolução cognitiva, que é a chegada massiva de uma nova tecnologia cognitiva, que barateia e possibilita que mais gente tenha canais de expressão, surge como um fator equilibrador do ambiente social, pois cria um novo ambiente de produção da verdade mais politeísta e permite a criação de um novo modelo de governança da espécie.

Uma revolução cognitiva, abre assim, no conceito do pêndulo cognitivo, uma fase de expansão cognitiva.

São poucos os filósofos/teóricos que estejam colocando para valer no radar a questão da explosão demográfica dos últimos 200 anos, de 1 para 7 bilhões.

Worldpopulationgrowth-billions

O que deve chamar a atenção do pensamento filosófico é a questão da novidade da quantidade x tempo. Muito rapidamente saltamos de 1 para 7, o que nos traz uma disfunção gigantesca.Não acredito ser razoável que possamos falar do humano, da sua objetividade e subjetividade ignorando tal fato.

Vivemos não só o fato de sermos 7 bilhões no mundo, metade destes vivendo em megalópolis, mas o estranhamento que isso causa de forma muito rápida. (Quando eu nasci, em 1960, éramos 3 bilhões e hoje já somos 7.)  Isso, a meu ver, é o principal fator de mudança tanto objetiva e subjetiva que, não pode ser  ignorado.

Não podemos pensar o humano como algo não influenciado pelo seu corpo, as objetividades e o contexto no qual vive. Se analisarmos as principais crises que temos no mundo hoje, que motivaram, inclusive alguns cartazes dos protestos no Brasil, de junho de 2013, temos: a saúde, a educação, a mobilidade, a ecologia, a comida, a água, as neuroses pelos conflitos.

Sem título

Todos são sintomas de um modelo de governança que se estruturou para um determinado mundo de 1 bilhão de habitantes na época da Revolução Francesa e que agora não se vê mais capaz de resolver os problemas.

Há um certo anti-Malthusianismo quando se fala de demografia.

Malthus escreveu sua tese sobre a fórmula das crises da sociedade por causa da demografia, por volta de 1800, motivado certamente pelo salto de de 400 milhões para 1 bi, que ocorreu, veja o quadro:

ProjecaoHistoricaPopulacaoMundial

Temos que ter a mente aberta quando olhamos o pensamento de pensadores do passado.

Como podemos ver em vários deles, têm um problema que vem, diante de visões equivocadas dos anteriores. Ele dá um trato e sugere novidades. Malhtus pode ter acertado/se equivocado ao analisar o passado, como errado/acertado ao analisar o futuro. É preciso separar o que é podemos aproveitar de um lado ou do outro.

O que ele acertou e muito.

O ser humano adora sexo e isso vai dar problema, pois vamos crescer em proporções geométricas, enquanto nossa capacidade produtiva é aritmética. Isso para mim é cristalino. Viva Malthus!

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Malthus

Ele não teve recursos para estudar a inovação, que dá saltos para resolver o problema aritimética, criando uma inovação geométrica. A inovação é o “x” que faltava na fórmula de Malthus. Na falta disso e por uma visão aristocrática sugere, então, deixar os pobres sem assistência para morrerem à míngua e evitar o caos. Ou seja, não é à toa que foi rejeitado, mas de forma emocional e não filosófica-teórica-crítica. 

Ou seja, ele pode ter acertado na entrada e se equivocado redondamente na saída (como acho que foi o caso).

O Malthusianismo deve ser visto com essa crítica, mas não se pode jogar o bebê junto com a água pelos canos da Cedae. Acredito que pensar o século XXI sem a questão demográfica é simplesmente tentar curar uma metástase sem procurar o tumor original.

Estamos dando aspirina para pneumonia.

A base da minha teoria sobre a nova governança da espécie, provocada pela chegada da Internet se estrutura por essa revisão Malthusiana, sem preconceitos e eu percebo que o pessoal vira o nariz. Fazer o que?

Que dizes?

 

 

 

20 Responses to “Complexidade demográfica”

  1. […] Complexidade demográfica – que vem como o aumento populacional, conceito melhor detalhado aqui; […]

  2. […] Podemos listar, então, que a chegada de uma Revolução Cognitiva inicia um processo de Reforma de uma Governança da Espécie Humana para uma mais nova, dinâmica e atual que seja capaz de lidar com a nova complexidade demográfica. […]

  3. […] No passado, vimos que a mudança que ocorre na área da mídia é provocadora de mudanças sociais, pois a Revolução Cognitiva vem atender a uma latência por uma nova Governança da Espécie e a criação de novos círculos cognitivos de influência na sociedade para lidar melhor com a complexidade demográfica. […]

  4. […] mudanças nos ambientes cognitivos e não o contrário. O fator principal indutor das mesmas é a complexidade demográfica, já que somos uma tecno-espécie com uma tecno-economia e uma tecno política, ver mais […]

  5. […] O modelo de construção da verdade atual é o mono-monoteísta impresso-eletrônico que está em crise pelo tempo de uso versus o aumento da complexidade demográfica. […]

  6. […] Complexidade demográfica | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em O impasse demográfico cognitivo […]

  7. […] Vivemos hoje o fim de uma contração dentro do que chamei de pêndulo cognitivo, que se contrai e se expande, conforme as tecnologias cognitivas disponíveis versus o aumento da complexidade demográfica. […]

  8. […] 200 anos, com a Revolução Francesa, que montou um modelo de tomada de decisões voltado para uma complexidade demográfica de 1 bilhão de […]

  9. […] – a chegada de uma nova governança da espécie, baseada no digital, que procura lidar com a atual complexidade demográfica; […]

  10. […] Na expansão cognitiva e e será necessário chamar novos filósofos para revisar o trabalho daqueles do passado para atualizá-los diante da nova complexidade demográfica. […]

  11. […] Filosofia e pêndulo cognitivo | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em Complexidade demográfica […]

  12. […] Filosofia e tecnologia | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em Complexidade demográfica […]

  13. […] Tecno-ética | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em Complexidade demográfica […]

  14. […] e o movimento é diferente, é hora de recriar um novo ciclo para resolver os problemas da nova complexidade demográfica, que a governança atual não […]

  15. […] fim, me parece promissor aliar o estudo das tecnologias cognitivas com a complexidade demográfica para que possamos ter tanto a história como um campo de estudo, como uma causa mais tangível para […]

  16. […] nos leva a tomada de decisões mais compatíveis com a nova complexidade demográfica em […]

  17. […] o modelo permite e precisa crescer a população, o que nos leva a um aumento da complexidade demográfica. […]

  18. […] E há, em paralelo, um aumento da complexidade demográfica, com verdades cada vez mais […]

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