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Versão 1.0 – 05.08.13

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Vamos supor que vivemos com dois estímulos cerebrais.

Interessa/representa – Não interessa/Não representa.

  • Interessa/representa – tudo aquilo que eu considero relevante, o que me leva a supor também que eu considero, respeito, paro para ouvir e pensar;
  • Não interessa/representa – tudo aquilo que eu considero irrelevante, o que me leva a supor também que eu não considero, não respeito, não paro para ouvir e pensar.

Um mendigo na rua, de maneira geral, não me interessa, pois é inofensivo (não estou aqui colocando juízo de valor, apenas mostrando como as coisas funcionam);

Um guarda que está revistando pessoas ou um cidadão suspeito que vem em minha direção com a mão na cintura vai me chamar a minha atenção, vai me interessar.

O mesmo vale para quem eu presto mais atenção e menos atenção.

O cérebro estabelece assim critérios daquilo que interessa e não interessa, representa e não representa. Este modelo é mediado pelas tecnologias cognitivas e sua plasticidade. A plasticidade externa define a plasticidade interna e vice-versa.

Acredito que se estudarmos mais a fundo esse processo vamos ver que há, ao longo do tempo de uso de um dado ambiente cognitivo, pela repetição, uma perda da espontaneidade do cérebro, que vai se habituando a escutar, respeitar e prestar atenção a determinadas autoridades e os que elas transmitem, em função do controle da plasticidade da mídia que é similar à plasticidade do cérebro.

Uma pessoa que diz algo no meio da rua, não será levada a sério da mesma maneira se ela disser a mesma coisa na televisão, pois nos habituamos a saber que, geralmente, o que se diz na rua não deve chamar a atenção e o que se diz na televisão.

É o vício do uso da mesma plástica, que determinou o modelo interno e externo.

Assim, a plasticidade cerebral passa a se adaptar e se condicionar a um modelo de representação da verdade/realidade, que é moldada pelo ambiente cognitivo.

plasticidade2Nosso cérebro se acostuma com um modelo de chamada de atenção e neste modelo preguiçoso e viciado ao longo do tempo as autoridades e as organizações estabelecem seu critério de verdade/realidade e criam o respeito/confiança nas autoridades/organizações de plantão.

A verdade/realidade é moldada pela plasticidade da mídia.

Porém, ela muda e muda também a do cérebro, criando uma ruptura social, proveniente do fenômeno da chegada de uma nova tecnologia cognitiva, que descontrola as ideias e, em última instância, a plasticidade cerebral.

Tal modelo interessa/representa, no qual toda a sociedade passa a ser estruturada se modifica completamente quando vivemos uma ruptura do ambiente cognitivo, pois o uso das novas tecnologias, antes de qualquer coisa, mudam a plasticidade do cérebro, promovendo uma mutação cerebral, o que nos leva a uma ruptura plástica com a estrutura de poder vigente.

Que é o que vamos ver no próximo post.

 

 

One Response to “#5 – Plasticidade cerebral e representação”

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