Ok, confesso, estava na expectativa de começar a consumir livros eletrônicos.
Porém, quando penso livros eletrônicos imagino um conjunto de facilidades, que detalhe aqui.
Tudo bem, vai demorar, mas fiquemos com a substituição das matérias pelos bits para não pagar fretes, evitar poeira, deixar de matar árvores.
Mas os preços dos e-books da Amazon no Brasil são mais caros do que já temos na concorrência entre as diferentes opções, que é comparação de preços buscapé (livros novos) e estante virtual (livros usados).
Vejamos apenas dois exemplos.
Poder do hábito, livro novo, mais vendido na área de negócios pelo Valor:
AMAZON – R$ 25,26
EXTRA, via Buscapé – R$ 24,86
ESTANTE VIRTUAL – R$ 32,00 (aqui não compensa comprar na estante)
Poder do hábito, livro usado, um clássico na área de auto-ajuda:
AMAZON – R$ 12,34
Buscapé – R$ 11,70
ESTANTE VIRTUAL – R$ 7,90 (aqui compensa comprar na estante)
Muitos dirão que há o frete e o tempo, mas não era isso que se esperava, ou se espera de um livro digital, já que a compra de algo que é um PDF melhorado, que custa muito menos para distribuir está caríssimo, superando o preço que o próprio mercado consegue pratica no mesmo produto.
Uma palavra: muita expectativa e uma grande decepção
É realmente frustante. Mas saiu uma publicação recentemente no Globo comentando exatamente este abuso: http://oglobo.globo.com/tecnologia/preco-de-books-decepciona-consumidores-brasileiros-6990902
A questão que eu vejo é que, com o tempo, livros serão como LP’s atualmente. Produtos de colecionadores. Vai ser muito difícil bater de frente com Amazons e Netflixs da vida.
Oi Nepô. Vixe, que eu senti a mesma coisa!
Há umas semanas venho pesquisando pra comprar um tablet (sim, ainda não tenho um), com a intenção principalmente de ter sempre um bom livro à mão, sem tanto peso, sem corte de árvores e sem poeira. Mas fiquei decepcionada ao perceber não só que o preço não é tão em conta, mas também por perceber que a oferta de títulos deixa muito a desejar.
De vários grandes autores não se encontra nenhum e-book. Manuais, autoajuda, milhares de tons de cinza… Por hora, acabei optando por comprar dois títulos em papel mesmo.
Acabei de ler uma entrevista do Ronaldo Lemos, na Revista E, em que ele falou um pouco das questões dos modelos de negócios de e-books e da não adaptação do mercado da música (segue o link http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=448&Artigo_ID=6760&IDCategoria=7821&reftype=2)e a grande coisa que ficou para mim é “Quando você adquire uma biblioteca, (…) ela possui um valor importante, sendo possível vender o acervo. Mas se uma pessoa passa a vida inteira comprando livros digitais. Quanto vale aquela biblioteca no fim da vida dela?” e completou “Muitas lojas de discos fecharam, mas isso não quer dizer que há menos pessoas ouvindo música. Há mais gente ouvindo música, como vai ter mais gente lendo com a entrada dos livros digitais”. Que isso fique de lição para a Amazon, pq se não, o futuro será como o das gravadoras. #ficaadica
O principal problema é o poder que o varejo altamente concentrado tem no Brasil. Ou seja, a editora (a) vende os livros em comodatos ou grandes volumes com margem irrisória e desconta no digital ou (b) é forçada pelos grandes varejistas a manter um preço mais comeptitivo no livro fisico.
Nos EUA é o contrário: a Amazon possui poder de determinar preço, por isso ganha em 99% dos itens que vende em relação ao varejo físico.
O que me incomoda MESMO é uma editora (no caso é a Atlas) que cobra o mesmo preço pelo físico e pelo digital (o livro que comprei custava 63 reais nos dois formatos), que exige que você baixe um aplicativo para iOs / Windows / Mac, e entrega uma cópia digital tão mal transposta que você vê os borrões nas fontes, características de um arquivo mal convertido.
Ainda falta MUITO chão para resolver isso…