Estamos, no início do século XXI, descobrindo que existe uma visão 3D, em um novo campo, mais profundo do que os demais: o da topologia de rede, que se altera de tempos em tempos.
Versão 1.0 – 12 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Hoje vou ser entrevistado para a TV Escola do MEC sobre o futuro do ensino.
(Sim, aviso quando for publicado na rede)
Vou dizer lá o que digo nas palestras, aulas e entrevistas sobre quando perguntado sobre o futuro de qualquer organização no mundo.
É preciso admitir e conhecer novos códigos das redes, que estão mais abaixo e condicionam todos os outros mais acima. Quem consegue ir mais fundo nessa direção tem mais facilidade de entender e se preparar para administrar o que virá.
Sim, hoje temos uma visão 2D da sociedade.
Temos as teorias micro e a macro: economia, política e fenômenos sociais.
Ou seja, aprendemos a lidar com um conjunto de áreas de estudo e teorias que nos explicam a relação de causa e efeito do que pode provavelmente acontecer nesse mundo 2D.
As atuais teorias sobre gestão se baseiam nesse paradigma limitado, da era pré-digital.
(Comecei a detalhar mais isso também aqui.)
Porém, estamos, no início do século XXI, descobrindo que existe uma visão 3D, em um novo campo, mais profundo do que os demais: o da topologia de rede, que se altera de tempos em tempos.
Estes códigos, mais ligados à “placa-mãe” quando se alteram, mudam os demais.
Isso é algo completamente inusitado, mas temos que saber lidar, pois se muda a sociedade e o ambiente de negócios é preciso saber gerenciá-lo.
Veja um mapa das mudanças em curso:
A chegada de uma nova era cognitiva tem o poder de, através da chegada de uma nova tecnologia cognitiva alterar a topologia da rede da qual estruturamos toda a sociedade.
Com a nova topologia, a sociedade passa gradualmente a migrar de uma topologia da era passada para a nova. Assim, o processo de migração que temos que fazer é de uma era cognitiva para outra, incorporando uma nova topologia de rede!
Há dois ciclos, o da centralização, quando começa-se um processo de estagnação e de continuidade, assentamento. E outro de descentralização, de ruptura, de mudanças e descontinuidade, quando se altera uma topologia mais fechada para outra mais aberta.
Como vemos na figura abaixo:
Note que há uma nova topologia de rede que abre espaço para novos atores e ideias circularem na sociedade, que criam um pico de mudanças, que nos leva a um processo de mudança global para depois haver um controle da nova topologia pelos poderes constituídos. O que nos leva para uma centralização das redes e uma intoxicação, pois as ideias não circulam como poderiam.
Estamos, assim, saindo do final de uma era, com vários sinais de decadência da sociedade.
Na figura abaixo, temos o resultado dos momentos de baixa e topo, criando aumento na taxa de decadência ou de princípios:
Estamos começando a sair de uma topologia de rede fechada, vertical, intoxicada, com o seguinte diagnóstico das organizações de plantão, entre outros sintomas:
- – alta taxa de comunicação unidirecional das organizações com a sociedade;
- – autoridades por domínio da circulação das ideias e não por princípios;
- – medições de dentro para fora e não de fora para dentro (lucro como fim em si mesmo);
- – baixa taxa de adaptação ao novo;
- – pouca visão estratégica de médio e longo prazo;
- – costume de lidar com mundo mais estável e problemas menos complexos;
- – gestão por ordens e não por bom senso nas pontas;
- – baixa taxa de abstração de colaboradores;
- – alto custo para solução de problemas.
Tal diagnóstico esbarra na curva ascendente da nova era que começa a exigir justamente o aumento das taxas em outra direção:
- – aumento da taxa de comunicação bidirecional com a sociedade;
- – autoridades por por princípios, legitimadas por ações e não discursos;
- – medições fora para dentro (lucro como resultado da solução de problemas);
- – se acostumar a lidar com mundo instável e mais complexo;
- – aumento da taxa de adaptação ao novo;
- – gestão por bom senso nas pontas e não por ordens;
- – cada vez com mais visão estratégica de médio e longo prazo, incorporando a visão 3D da mudança de topologia de rede em curso;
- – aumento da taxa de abstração de seus colaboradores;
- – redução de custo para solução de problemas, através do uso intenso da nova topologia.
Quando analisamos as propostas de várias organizações, pensadores vemos que vários destes pontos aparecem, mas o diagnóstico da nova topologia de rede não foi feito, o que dá menos clareza na tomada de decisões, pois não se consolida de forma mais clara o cenário.
Por fim, para fechar, é bom dizer que as novas eras cognitivas são influenciadas pelo aumento da população, pois quanto mais gente tivermos no mundo mais sofisticados devem ser nossos ambientes cognitivos. Se não conseguimos nos informar, aprender, conhecer, trocar, nos relacionar, através de uma nova topologia de rede, simplesmente, temos dificuldade de crescer em quantidade e qualidade.
Fato: a visão 3D é o pulo do gato para atuar no mundo 2.0. Ela vai economizar muito os gastos, reduzir riscos e aumentar oportunidades.
O difícil é conseguir sair da intoxicação que estamos vivendo para ter clareza de adotá-la.
Eis o desafio!
Que dizes?
Queria questionar uma coisa: eu entendo que a topologia das redes reais sempre foi em 3(ou +)D. Se for assim, a internet seria apenas um acelerador de crescimento de redes (uma lei universal das redes complexas) e uma lente para enxergá-las. Isso não diminui o papel da internet nem anula a ideia de estarmos numa nova era cognitiva! Só muda uma coisinha: a internet de fato introduz uma nova topologia de redes no nosso modelo mental, mas não por gerá-la, e sim por dar-lhe nova dimensão e total visibilidade.