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 Podemos dizer que o intermediador/autoridade começa mais a atrapalhar do que ajudar, que é a base de toda a mudança que estamos vivendo. A tentativa, via projetos com nova topologia, tirar o antigo intermediador/autoridade passado e criar um novo, com novas bases!

No Wikipédia, em português, temos a seguinte definição de autoridade:

Autoridade é um gênero ou uma simples fonte de poder. É a base de qualquer tipo de organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. É uma espécie de poder continuativo no tempo, estabilizado, podendo ser caracterizado como institucionalizado, ou não, em que os subordinados prestam uma obediência incondicional, ao indivíduo ou a instituição detentores da Autoridade. Ou seja, a Autoridade transmite a mensagem de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação e os indivíduos subordinados a esta autoridade aceitam e obedecem sem questionar.

Em inglês, traduzido pelo Google, temos:

Autoridade (do latim auctoritas ) é um direito conferido pela reconhecida posição social . Autoridade, muitas vezes refere-se a energia investida em um indivíduo ou organização pelo Estado . Autoridade também pode consultar a reconhecida experiência em uma área de conhecimento acadêmico. Uma autoridade (capitalizado) refere-se a um órgão em que certa autoridade (com minúsculas um ) é investido.

Note que há uma diferença nas duas.

A primeira é muito mais absoluta do que a segunda, típica visão de um brasileiro e de um americano sobre o tema.

Digamos que autoridade vem do verbo “ser autorizado” a ter determinada posição de poder na sociedade para fazer algo.

Há, assim, diferentes tipos de autorizações. Aquelas em que a “posição autorizada” não pergunta para ninguém e toma/mantém o poder sem legitimidade social  (hard power) ou aquela que há uma negociação e a sociedade “autoriza” tal pessoa a estar naquela posição, através de um processo qualquer de seleção, mais ou menos eficaz (soft power).

A escolha e a manutenção de dada autoridade é assim uma taxa que vai de mais representativa e aceita para uma mais imposta e autoritária.

Autoridade, portanto, não é sinônimo de autoritarismo, pois sempre vamos precisar de algum tipo autoridade para nos representar, o que vai variar é o como autorizamos.

Quanto mais representativa e legitimada, menos autoritária uma autoridade é.

Dito isso, vamos para a relação de autoridades diante das novas topologias das redes.

Temos visto aqui que o que está mudando na atual sociedade é a mudança em um código baixo e desconhecido de uma topologia de rede mais centralizada para uma mais descentralizada.

A topologia de rede mais centralizada da Idade Mídia estabelece um tipo de escolha/manutenção da autoridade com uma taxa maior de imposição do que em uma topologia de rede mais descentralizada.

Isso vale tanto para o micro como para movimentos macros.

Além disso, a continuidade de uma topologia mais centralizada cria uma intoxicação dos processos de escolha, pois vai se aprendendo a burlar as normas (ou mesmo adaptando-as às circunstâncias).

Estamos, entretanto, com a chegada da topologia de rede digital vivendo um processo global de reautorização das autoridades de plantão, que tinham sido autorizadas pelo modelo da topologia de rede passada, mais fechada e menos transparente.

Digamos que a taxa de legitimidade das autoridades anda baixa, pois era fruto da topologia fechada.

Todas as autoridades estão sofrendo um choque de reautorização!

Desde profissionais, tais como médicos, professores, jornalistas, escritores, artistas, bem como as organizações públicas ou privadas entraram em um ciclo de questionamento do seu direito de ser autoridades.

Uma autoridade que foi escolhida para exercer uma função social – ou seja um processo produtivo – quando passa a exercer o seu poder para algo diferente do que foi autorizada, isso começa a pesar para toda a sociedade.

Podemos dizer que o intermediador/autoridade começa mais a atrapalhar do que ajudar, que é a base de toda a mudança que estamos vivendo. A tentativa, via projetos com nova topologia, tirar o antigo intermediador/autoridade passado e criar um novo, com novas bases!

Passaram a ser reavaliadas pela força da nova topologia de rede digital que permite muito mais transparência, troca, diálogo, informação. Saem as autoridades baseadas no instinto, impulso, emoção, aceitação cega e entra mais a razão, argumentos, troca e diálogo.

Uma nova topologia de rede, como estamos vendo e vivendo, estabelecem, através da descentralização e novas fontes de ideias e, principalmente, novos critérios de autorização e validação das autoridades, através do Karma Digital faz com que entremos em um grande ciclo de reautorização social.

O aumento radical da taxa de trocas humanas de pessoas que tinham se perdido no tempo e espaço faz com que criemos um ciclo virtuoso de mais racionalização e de procura de re-autorizar as autoridades de plantão não mais pela emoção, mas pela razão.

Começa-se um processo de revisão das atuais autoridades à luz de dados que estão cada vez mais transparentes (pelas ideias circulantes) e a procura de motivos que realmente revalidem aquele poder que tinha sido aceito e baseado a sua força em uma topologia de rede viciada no tempo.

As antigas autoridades agora precisam entrar de novo na briga, em outro campo de batalha, com outras regras, para reconquistar a sua autoridade cada vez mais perdida em uma topologia de rede mais aberta.

Essa é a principal dificuldade ao se falar em projetos de migração da topologia passada para a nova.

Não estamos falando de nada conhecido, mas de um macro-movimento do mundo de mudança de topologias de rede que questionam as autoridades de plantão que perderam a possibilidade de serem autorizadas em um mundo mais transparente, do diálogo, das trocas.

As novas gerações tenderão, cada vez mais, reconhecer as novas autoridades, não mais por que “estão no topo”, mas pela força dos argumentos e pela reconhecimento, via Karma Digital.

Assim, passa a ter uma lógica sistêmica o discurso das organizações voltadas para o cliente, voltada a princípios, etc…

É o grande movimento de inovação civilizacional que estamos entrando, questionando antigas autoridades, que são autoridades não pelos méritos, mas pelo antigo poder adquirido em um mundo topológico que está iniciando seu fim.

Precisam ser reautorizadas para continuarem a exercer o seu poder.

Que dizes?

 

 

One Response to “A reautorização”

  1. […] É preciso uma revalidação das autoridades, como problematizei aqui. […]

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