Feed on
Posts
Comments

 No paradigma atual, quanto mais meus alunos trabalharem duro, mais os clientes ficarão insatisfeitos.

Versão 1.0 – 05 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Não é fácil a vida dos profissionais de comunicação e afins nos tempos atuais.

Vivemos, antes de tudo,  uma crise grave de percepção.

O que dificulta muito a atividade profissional, pois o mercado está instável.

Os clientes não sabem exatamente o que querem.

  • Quem sabe mais ou menos o que ocorre não tem poder.
  • E quem tem poder não sabe mais ou menos o que ocorre.

Ou seja, quanto mais meus alunos trabalharem duro, mais os clientes ficarão insatisfeitos.

Difícil.

Comecemos pela grave crise de percepção.

  • Achávamos, antes da Internet, que era o mundo que condicionava totalmente a comunicação.
  • Hoje, estamos acordando que é a comunicação e suas tecnologias que nos condicionam em grande medida.
  • Ou seja, não é bem a gestão, os departamentos de marketing e comunicação que vão determinar como será a nova comunicação com os stakeholders.
  • Mas é a nova comunicação com os stakeholders que vai determinar como será a gestão e os departamentos de marketing e comunicação.

Ou seja, temos que nos render às evidências: o controle passado, passou.

E é preciso aprender a andar de bicicleta – de novo.

Sabe qual é, então, o problema?

Temos uma crise filosófica, na qual a visão que tínhamos da relação do ser humano,  da sociedade e da comunicação estava equivocada, pois nunca tínhamos vivido plenamente, com tantos recursos de análise, uma Revolução Cognitiva.

Normalmente, crises filosóficas desse tipo levam décadas para serem absorvidas, pois da filosofia nascem as teorias de como tudo vai se desdobrar e das teorias vêm as metodologias, as tecnologias e os novos profissionais, adaptados a tudo isso.

Porém, não temos tempo para tudo isso!!!

Temos que entender a crise filosófica rápido, dar um salto teórico e já sair definindo todo o resto sem pousar o avião.

Nada disso está acontecendo.

O motivo: estamos vindo de décadas de estabilidade cognitiva e aprendemos a resolver os problemas de uma forma muito empírica e pragmática, sempre dentro de um mesmo paradigma.

Nossos cursos, demandas, estratégias, espaços para discussão, visão, absolutamente tudo foi feito para resolver no curto prazo, utilizando partes do nosso cérebro que não conseguem lidar  com maiores reflexões.

Nossa caixa anda muito apertada e quando saímos dela vamos para outra que não é muito maior!

As pessoas relacionam fortemente o “parar para pensar” como perda de dinheiro e assim vamos descendo a ladeira, sem saber que ladeira, onde vai dar e se o carrinho de rolimã tem freio!

Podemos dizer como gostava o Lula:

Nunca na história dessa humanidade vivemos uma crise de percepção tão grande e nunca estivemos tão despreparados!

Há um gap do tamanho da ponte Rio-Niterói entre o que percebemos o que está acontecendo de fato do lado de fora.

Não é à toa que os projetos 2.0 estão começando a gastar dinheiro, sem resultados.

Não se sabe nem qual a métrica a ser adotada.

O erro não está na tecnologia, na tecnologia, no perfil profissional, mas bem mais em cima na visão que temos do problema.

E isso é muito mais complicado, pois querem que o mundo colabore (dentro e fora das organizações) em organizações que não foram concebidas para recebê-las!!!

É grave a crise!

Procuro nos meus encontros apresentar argumentos lógicos que ajudem a demonstrar o tamanho do problema.

Não é incomum me pedirem para que apresente a receita do bolo (de um bolo que ninguém nunca fez), de ferramentas, de um “how to”, pois precisamos resolver rápido, pois é assim que sempre resolvemos, mas SEMPRE NO MESMO PARADIGMA.

Precisamos hoje, porém,  de um conjunto de novas ferramentas mentais, COMPLETAMENTE DIFERENTES DO QUE ESTAMOS ACOSTUMADOS.

Meus alunos precisam levar esse novo ponto de vista ao mercado, justamente para um mercado que não quer ouvir o que eles estão levando.

Duro.

Um impasse do tamanho do Himalaia.

O que conspira a favor – pois a vida continua – é que a crise filosófica é antes de tudo prática, objetiva e concreta.

Filosofia, aviso, também é ferramenta – que, quando bem utilizada, gera dinheiro!

A crise filosófica vem justamente em função de algo que observamos, mas não sabemos compreender direito.

Nada mais.

A filosofia é uma ferramenta humana para resolver impasses, apenas não sabemos utilizá-la, por falta de necessidade e – por sua vez – de prática.

Mais e mais está se gastando dinheiro com mídias sociais e não está se tendo o retorno esperado.

E se está, assim, se aumentando o espaço na sociedade para escutar um outro lado, que consiga ver o problema de outra maneira.

E aí um novo espaço (mais lógico) vai, aos poucos se abrindo,  para quem está mais consciente da crise e tem ferramentas mais adequadas para lidar com ela.

Este é o salto de qualidade de alunos que mergulham mais fundo nesses dilemas.

Vai demorar mais um pouco para eles verem os resultados, mas quem apostar nesse caminho mais longo e fecundo,  vai chegar bem melhor ($$$)  do outro lado, gerando valor.

É acreditar nos cálculos, nos argumentos e no estudo de cenário – e segurar o tranco!

Por aí…

Que dizes?

5 Responses to “O difícil desafio dos meus alunos”

  1. Alexandre Bento disse:

    Graças as suas aulas, acredito que vamos sim estar mais bem preparados para a web 2.0. O desafio é mais difícil para quem tem que convencer diretores, porém para quem está abrindo negócio, certamente terá uma empresa que pensa 2.0.

    Há um tempo já falamos em empresa voltada para o cliente, que use estratégias de CRM, segmentando sua comunicação, produtos e preços para cada perfil de cliente.

    O que vejo agora é que precisaremos ter empresas voltadas para a sociedade, pois os clientes e não clientes estão de olho no que estamos fazendo. Na verdade cada passo que a empresa dá precisa ser friamente calculado para que não haja uma enxurrada de críticas e com isso ter a imagem arranhada.

    Estamos chegando numa era onde as coisas terão que ser mais justas. A propaganda não poderá ser enganosa, o preço terá que baixar e a qualidade aumentar, com isso a margem de lucro cairá, as consequências disso tudo são possíveis de calcular mas não em uma tarde.

    Enfim, acho que vc nos abriu os olhos para estarmos atentos a cada movimento, isso está sendo muito importante.

    Segue um exemplo da força da web 2.0. Li hoje esse artigo (Protestos no Facebook derrubam patrocínio de Skol)

    http://adnews.uol.com.br/pt//publicidade/protestos-no-facebook-derrubam-patrocinio-de-skol.html

  2. Claudia Mattioli disse:

    É por aí. É fato que precisaremos trocar a roda com o carro andando, mas para isso precisaremos de estratégia.
    O que eu vejo é que as diversas áreas de uma empresa estão sobrecarregadas. As equipes não conseguem parar para pensar a respeito de como fazer diferente, pois estão pressionados pela entrega, pelo prazo, pela rotina.
    No meu entendimento, a exemplo da empresa em que trabalho, algumas ações são necessárias:
    – O alto escalão precisa comprar a ideia, ou vender a ideia!
    – É necessário a consultoria de um profissional especializado,para direcionamento das ações e envolvimento de todos os profissionais (ou pelo menos das lideranças).
    – Outras ações necessárias: Uma liderança na empresa que seja patrocinadora da ideia de mudança, bem como a criação de uma área de inovação. É imprescindível também, a realização de pesquisa de mercado. Não podemos e não devemos sair inovando, criando ferramentas que achamos que o cliente gostaria. Precisamos criar ações que comprovadamente os clientes querem, que valorizam na companhia.
    Precisamos exercitar o “sair da caixa”, o ouvir, o fazer diferente.
    Que o trabalho é duro é, pois muitas forças externas conspiram contra, mas é possível. Com estratégia! Somente assim.

  3. Lailla Micas disse:

    Estamos em um momento de transição. Muitas pessoas já tiveram a percepção da mudança que a sociedade está passando, mas ainda assim não conseguem lidar com isso, mesmo tendo vontade e interesse de entender o que está acontecendo. E outras nem sequer perceberam esta mudança, ou não querem ver. Então, vivemos em um momento caótico, onde parece que as pessoas estão falando línguas diferentes, uma fala e a outra não entende, pois existem níveis diferentes de percepção da nossa revolução cognitiva.
    Dentro de uma instituição, esse desentendimento fica ainda mais nítido, por exemplo ao se pensar em uma estratégia inovadora para a solução de um problema em detrimento de outra tradicional, mas não mais eficaz nos tempos de hoje.
    Aí, martela na minha cabeça as frases deste post:
    “Quem sabe mais ou menos o que ocorre não tem poder.
    E quem tem poder não sabe mais ou menos o que ocorre.”
    A observação que faço é que os gestores até querem atuar no novo mundo 2.0 que eles ouvem falar, mas sem quebrar os antigos paradigmas. Eles querem inovação, mas seguindo as práticas metódicas e os prazos curtos habituais.
    E, por isso, nosso trabalho é realmente duro! Se fizermos o que os gestores querem, talvez não estejamos agindo da melhor forma que gostaríamos e acreditamos ser mais correto/ eficaz. Se fizermos do nosso jeito, não atenderemos às expectativas e necessidades dos gestores/clientes. Difícil decisão a se tomar!

  4. Edelfina Gutierres disse:

    Realmente o marketing veio para ficar e ainda mais com o crescimento exponencia do marketing digital, eu mesma estou fazendo esse curso http://www.cursosparatrabalhar.com.br/formacao-em-gestores-de-martketing-digital/ que por sinal é muito top indica a todos

Leave a Reply to Claudia Mattioli

WhatsApp chat