Muita gente está fingindo que está inovando, só para parecer bem na fita. Porém, inovar é colocar a mudança como algo inerente à estratégia.
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Muito bem, fala-se muito, mas vamos ao principal: as organizações estão passando uma das maiores mudanças que tivemos desde que foram inventadas há quatro séculos.
O mundo que era razoavelmente paradão, está muito mais agitado.
(Coloca aí duas causas relevantes casadas: mais gente no mundo – sete vezes mais nos últimos 200 anos, boa parte conectada em um modelo de rede muito mais aberto e meritocrático.)
Todo o modelo estrutural das organizações, começando por um conselho de administração ou gestor público, a sua estrutura com uma hierarquia fortemente vertical tem sido incapaz de sobreviver nesses novos tempos.
Aquela frase aparece cada vez mais nos murais corporativos:
“Erramos por ter feito o que era certo por tempo demais”.
Ser é mudar e se preparar para mudar.
Qualquer coisa diferente disso nos leva à decadência, por mais que consigamos adiar.
Assim, se formos ler as revistas (e assino várias) HSM, DOM da Fundação Dom Cabral, HBR – Harvard Business Review brasileira e o Valor diariamente podemos analisar que o pessoal está antenado.
Hoje, a palavra da moda é inovação.
Já disse aqui pensar inovação é conseguir introduzir nas organizações a boa prática da mudança planejada e não só em produtos, tecnologias, mas pensar a organização como algo líquido e não mais sólido.
Muita gente está fingindo que está inovando, só para parecer bem na fita. Porém, inovar é colocar a mudança como algo inerente à estratégia. É compreender o cenário atual e criar uma organização compatível com ele.
Na Revista DOM do mês de agosto de 2012, no artigo “Talentos e criatividade para gerar inovação” Adolfo Menezes Melito, presidente do Conselho de Criatividade e Inovação da Fecomércio, revela pesquisa, na qual apenas 1% das empresas de capital aberto no país têm no conselho de administração um comitê de inovação.
Se é missão do conselho pensar o longo prazo, algo está claramente fora do lugar, certo?
Existem, assim, várias correntes quando falamos de inovação.
Podemos dividir em duas:
- – as que falam apenas de inovação para parecer modernas – mais marketing do que ações;
- – as que procuram incluir a inovação na estratégia organizacional – menos marketing e mais ações, visando realmente mudar para continuar competindo, seja na área privada ou pública.
Gosto e acho mais coerente a turma que fala de carteira de inovação, pois ao se pensar em uma carteira temos várias vantagens:
- a – para planejar sistematicamente a carteira, desliga-se o piloto automático, para se pensar em como vamos mudar;
- b – colocamos projetos, ou seja, não é algo teórico, mas metodológico, do que deve ser feito;
- c – e pode-se criar diferentes projetos nessa carteira, desde mudanças pontuais, incrementais às radicais (veja a proposta dos 70%, 20% e 10%, que detalhei aqui).
O interessante é que quando falamos em inovação dificilmente aliamos o tema à comunicação.
Porém, não é possível inovar se não houver uma mudança também radical na maneira de se pensar a comunicação.
Empresas fechadas às mudanças irão avaliar que a sua comunicação, tanto interna, como externa são fechadas, monológicas e verticais. Uma característica puxa à outra.
Assim, projetos de inovação são (ou deveriam ser) projetos também de comunicação e vice-versa.
A comunicação corporativa (voltada para dentro e para fora) foi montada para ser um transmissor de decisões da hierarquia vertical e não um espaço de criação de diálogo entre os diferentes agentes (stakeholders) na vida das organizações.
Quando falamos em organizações mais líquidas, de fato, estamos falando naquelas que passam a conversar mais e mais com o seu entorno. Conversar, entretanto, pressupõe que vai se abrir o diálogo para mudar, quando for necessário.
Profissionais de comunicação não foram capacitados para atuar na promoção de diálogo, foram treinados para repassar mensagens – e ponto!
Fomos (eu sou jornalista) educados para sermos transmissores de mensagens acabadas e não “apicultores” para estimular o diálogo entre as partes.
Esse deve ser o espírito da implantação de projetos de inovação.
Profissionais voltados para a mudança + os de comunicação.
Os primeiros trazem as metodologias para ajudar a superar as barreiras das pessoas e os de comunicação a desenvolver novas técnicas para ajudar a implantar espaços de troca para gerar mais e mais inovação.
Estes ambientes de trocas, sim, são o que estamos chamando de projetos de redes sociais.
E uma organização cada vez mais pronta para mudar é o que chamamos de 2.0.
Assim, não faz o menor sentido pensar em tais projetos, tanto de inovação ou de nova comunicação, sem que haja uma disposição da organização para mudar, dentro de um sistema planejado, tal como uma carteira de inovação, na qual estas “mesas-redondas”, através de tecnologias colaborativas, servirão de espaço de troca e produção de novos produtos, serviços e processos.
O impasse está aí.
Querem entrar na onda do mundo mutante, mas sem o dever de casa de abandonar a cabeça paralisada do século passado!
Não há projeto, assim, que vá adiante…
Que dizes?
“Quando falamos em organizações mais líquidas, de fato, estamos falando naquelas que passam a conversar mais e mais com o seu em torno. Conversar, entretanto, pressupõe que vai se abrir o diálogo para mudar, quando for necessário.” (não seria entorno?)
Assim, não faz o menor sentido pensar em tais projetos, tanto de inovação ou de nova comunicação, sem que haja uma disposição da organização para mudar, dentro de um sistema planejado, tal como uma carteira de inovação, na qual estas “mesas redondas”, através de tecnologias colaborativas, servirão de espaço de troca e produção de novos produtos, serviços e processos.(não seria mesas-redondas?)
Rui, sim e sim, já corrigi..grato pela revisão…
Muito pertinente!!