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 Não atuamos onde poderíamos e tentamos mudar aquilo que não podemos!

Versão 1.0 – 30 de maio de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Volta e meia, me pego em algumas discussões sobre a Internet, no qual aparecem algumas tendências paranóicas-conspiratórias.

Pior que não é pouca gente.

O ser humano precisa acreditar que existem bandidos no mundo para se acalmar.

Como se houvesse uma sala secreta em algum lugar do planeta, na qual pessoas diabólicas se reúnem para fazer o mal, traçar estratégias, tramar contra toda a população.

Deve ser lá que resolveram acabar com as espécies, poluir, criar a pobreza, a fome, a miséria.

Tudo planejado e articulado em um mirabolante plano para tirar, a troco de nada, a última gota de virtude do mundo.

Essa visão de bandidos reunidos em uma sala secreta povoa o imaginário de muita gente que vê em qualquer ação da sociedade alguma trama desse pessoal.

Afinal, tudo é respondido pela política, luta de classes, articulações dos ricos contra os pobres, do mal contra o bem, que um dia vai reagir e vencer!

A despeito de macro-estratégias que possam haver por diferentes políticas, ideários que são espalhados, nem tudo (ainda bem) na sociedade é planejado.

Não somos tão potentes quanto nossa onipotência gostaria.

Tem coisas que acontecem, pois seguem determinadas regras, forças, dentro de determinados contextos.

Uma ciência unidisciplinar nos leva a essas visões deturpadas, pois empacota-se o ser humano apenas como um ser apenas (a escolher): político, sociológico, antropólógico, econômico, biológico e não um misto de todos em movimento.

Darwin introduziu a ideia do design cego, assim como Freud do inconsciente, forças que não controlados, mas podemos tentar entendê-las para nos posicionar melhor.

Há coisas que não conhecemos e não dominamos – e nem vamos – completamente, está acima das nossas forças e do poder da sala secreta!

Obviamente, que não podemos ir nem à terra, nem ao mar.

  • Sim, existem políticas deliberadas.
  • E sim existem coisas que acontecem que não são deliberadas.
  • A sabedoria é separar as duas coisas.

As ciências humanas são regidas por forças sociais, econômicas, políticas, cognitivas, biológicas, sendo parte dela deliberada e planejada e outra, nem tanto.

Fui “coovencido”, como Malthus, que aumentar a população, por exemplo, a maior força invisível que podemos ter, com consequência não planejadas, terá forte consequências para a humanidade.

Um mundo de 1 bilhão não pode ser pensado do mesmo jeito que um de 7.

Entretanto, tal salto demográfico, uma causa para um conjunto de problemas complexos que temos pela frente não é considerado com uma das principais forças para o conjunto de problemas que temos enfrentado, desde a fome até a poluição.

A teoria da história tem pouco sobre demografico como fator determinante dos seus ciclos.

O motivo é que temos muita gente que acredita na sala secreta e que tudo que nos acontece parte de lá e não de fatores, que a nossa inação, ou piloto automático, ou desleixo nos leva, obviamente com gente se beneficiando e outros se prejudicando.

Mas considerar que é proposital….

Não podemos perder de vista que – antes de tudo – o ser humano é um animal e a quantidade de espécies de nossa “matilha” faz diferença, pois todos temos um instinto básico predominante – a vontade de sobreviver.

E, se possível, com qualidade.

Um mundo complexo exige pensamos dialéticos que possam separar aquilo do qual temos controle, do que não temos, ou poderíamos ter.

Quando afirmo que a Internet não veio com um projeto político determinado, mas foi se construindo e se mostrou uma grande saída para a crise demográfica que vivemos, bate de frente com essa visão paranoica da sala secreta.

Dessa maneira:

Não atuamos onde poderíamos e tentamos mudar aquilo que não podemos!

Sim, é mais fácil acreditar em bandidos, que nada pode ser feito, ou que é preciso lutar contra moinhos de ventos….

É isso,

que dizes?

2 Responses to “Não existe sala secreta!”

  1. […] não, não é bolada em uma sala secreta é um movimento macro-sistêmico necessário e espontâneo (apesar do esforço de seus […]

  2. Bruno disse:

    Essa idéia de sala secreta não é nova e tampouco passageira. Sempre houveram pessoas com esse tipo de pensamento e mesmo num novo ambiente cognitivo (sem margens para esse tipo de pensamento) essa idéia ainda vai existir.

    É aprender a conviver e saber lidar…

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