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O perigo de meia verdade é que você dizer exatamente a metade que é a mentira – Millôr Fernandes;

Versão 1.0 – 16 de abril de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

O Brasil é um país autoritário.

Estamos saindo de uma era autoritária.

A idade média da mídia de massa, na qual vivemos um controle rígido da circulação de ideias.

Estamos intoxicados de verdades absolutas, de confundir percepção com realidade.

Nunca a filosofia foi tão necessária.

Vejo isso em sala de aula.

Meus alunos acreditam que o que eles vêem é o mundo, quando na verdade, é a reprodução do mundo muitas vezes sem reflexão.

Vivemos a curva final da decadência dessa fase.

O fundo do poço do falso-eu.

A má notícias é que vivemos isso.

A boa notícia que a curva tende a subir, pois está aberta a temporada da conversa.

Há várias características dessa decadência:

  • – interesses acima de princípios;
  • – discussão e pesquisa de assuntos ao invés de problemas;
  • – falta de diálogo;
  • – aumento das neuroses.

Neste post, vou falar de outra característica relevante: analisar os problemas, fenômenos, variantes com números absolutos e não taxas.

O preto e o branco e não variações de cinza.

Digamos, assim, que a ciência vem ao mundo para taxar as coisas. Dar movimento as variantes.

Taxas são filmes.

Números absolutos são fotos.

Taxas nos ajudam a balizar diferentes percepções. Números absolutos, isso ou aquilo, embolam as análises.

Tudo que não tem taxa é absoluto, é subjetivo, com margem a ilusão das nossas parcas e falhas percepeções.

Taxas nos ajudam a ver processos em movimento. E analisar como estão no tempo e como são influenciadas no contexto.

Uma febre de 38 graus é menos grave do que uma de 42.

Uma depressão branda é diferente de uma profunda.

Ou seja, há febres e febres.

Depressões e depressões.

Um profissional ou pesquisador que lida com taxas é capaz de diagnósticos mais sofisticados e mais eficazes.

Taxas são mais precisas; Números absolutos são imprecisas.

Analisar organizações, grupos, pessoas significa tentar ver como estão situadas no contexto e taxar em que situação os índices aumentam ou abaixam, conforme as ações.

As taxas nos permitem ser mais objetivos e não analisar o mundo como algo absoluto.

Pode-se, assim, analisar se as coisas em processos e movimento.

Que dizes?

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