O problema: as metodologias de plantão são baseadas em teorias pré-Internet, seja a gestão da inovação, do conhecimento, da informação, da comunicação. Não conseguem mensurar a dimensão adequada a chegada da rede digital e ajudar, de forma eficaz e sinergética a passagem que se faz necessária entre uma organização com uma rede mais centralizada para outra mais descentralizada.
Versão 1.0 – 02 de abril de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
Há certamente a necessidade de uma nova metodologia para a implantação de projetos que estamos chamando de “redes sociais”.
As organizações estão começando a experimentar projetos e é natural que gestores mais “pé no chão” comecem a se perguntar o que esse tipo de ação agrega realmente ao negócio.
Nessa direção, uma grande empresa me procurou semana passada com o seguinte problema.
Estão implantando, com relativa adesão, ferramentas para troca de experiências dos colaboradores internos, que chamaram de ambiente de conhecimento.
O presidente da empresa perguntou para a equipe responsável:
“Ok, interessante, mas o que a empresa ganha mais com isso? Como medir os resultados?”.
O problema: as metodologias de plantão são baseadas em teorias pré-Internet, seja a gestão da inovação, do conhecimento, da informação, da comunicação. Não conseguem mensurar a dimensão adequada a chegada da rede digital e ajudar, de forma eficaz e sinergética a passagem que se faz necessária entre uma organização com uma rede mais centralizada para outra mais descentralizada.
Os projetos ineficazes são consequência dessa cegueira teórica!
É preciso uma nova metodologia que tenha como missão:
- – perceber a mudança principal em curso na gestão moderna: a chegada das redes mais descentralizadas;
- – criar uma metodologia que possa ajudar a fazer essa passagem;
- – que essa metodologia possa integrar os diferentes projetos de sub-gestão: de inovação, de conhecimento, de informação, de comunicação, de marketing, etc, dentro de uma visão estratégica que incorpore essa mega tendência.
Assim, é preciso construir uma nova metodologia, dentro de uma nova teoria, com uma nova filosofia para que o que estamos chamando de “implantação de redes sociais” seja útil para as organizações.
(Ver necessidade de alinhamento entre estes três fatores – filosofia, teoria e metodologia – aqui.)
Diria que podemos, de regra geral, trabalhar com os seguintes parâmetros no que podemos chamar de uma nova metodologia que é a Gestão por Redes:
- A organização tem que ser vista como uma grande rede social com atores externos e internos;
- Projetos que vamos chamar de “implantar redes sociais” devem ser vistos como a migração de redes sociais mais centralizadas para mais descentralizadas;
- A descentralização de uma rede só é possível quando existem princípios claros, coletivos, tais como “transformar a empresa “x” na melhor do seu setor”, “naquela que melhor atende seu cliente naquele ramo, como aquela proposta de valor”;
- Tal princípio guiará a descentralização da rede, pois implicará em dar para as pontas a possibilidade de ter mais liberdade para agir, baseado em algo que cada participante terá orgulho e uma motivação a mais para formar a rede;
- Assim, a base da descentralização é dar mais poder as pontas para ganhar velocidade, dentro de princípios mais intangíveis. Ambientes em que não há princípios claros, em que os interesses individuais estão acima do coletivo, terão mais dificuldade de trabalhar na descentralização da rede;
;
6. Como segundo passo, é preciso identificar o problema (ou os problemas) principais que a organização vem resolver na sociedade;
7. Internamente, precisaremos ver as principais redes de ação, produtivas, da organização para as quais toda a estrutura deve servir para melhorá-las, através de redes de conhecimento ( que tem como missão gerar as competências e fornecer as informações necessárias para o exercícios das funções e tomada sábia de decisões) e relacionamento (que é a confiança das pessoas nas outras);
8. O mesmo deve ser analisado do lado de fora da organização. Quais são as redes de ação dos clientes, as de conhecimento e de relacionamento que temos que nos relacionar para permanentemente gerar valor. E como as de dentro e a de fora podem criar sinergia, diálogo e troca cada vez mais intensas;
9. O trabalho da gestão por Redes consiste em levantar, analisar, diagnosticar estas redes e tratar de criar projetos de ação para atacar dos problemas mais graves do fluxo entre elas para os menos graves, “desintupindo” os canais e, com isso, aumentando o fluxo tanto material, visível, quanto o imaterial, invisível, internamento e externamente;
10. As tecnologias, metodologias e as pessoas devem ser articuladas de forma sábia para que esse trabalho vá dando resultando, a partir dos princípios definidos para a geração do valor na relação organização-cliente, sendo o lucro consequência direta dessa melhora, mas não fim em si mesmo.
É isso.
Que dizes?
Bacana o texto. Tá bem claro.
Concordo com você, que uma grande parte das pessoas ainda não conseguiu ou simplesmente não aceita a mudança em todas as dimensões com as mudanças de padrões tecnológicos. Por vezes, novos ambientes necessitam de novas ideias.
Abraços.
Pedro, valeu visita e comentário, abraços
Nêpo!!
Consigo perceber isso e o que incomoda é ver que esse problema é varrido para baixo dos tapetes das ‘casas’ de muitos…
Perguntaria ‘como’ construir novas ‘metodologias’ arraigados aos processos estruturantes e previsíveis que já não servem – se é que algum dia serviram para mais que ilusões momentâneas?!
Observo muitas ‘bengalas’ teóricas sendo apresentadas ‘a frente’ dos desejados processos de ‘coconstrução’ e, em todas as ocorrências os mesmos são ou ignorados, ou questionados ou contrapostos.
Estamos impregnados ou seria melhor dizer ‘contaminados’ pelas teorias pré-Internet das #Gestões.
E penso se precisamos de uma ‘passagem’ porque já vemos tendo tantas e há mais de décadas e sem mudanças integrativas… Perguntaria ‘será possível empreendermos a aprender sem desaprender o que já não serve?
Também observo nos discursos defesas da necessidade termos ‘de princípios claros, coletivos”. Na prática ao invés de termos criação coletiva daqueles, vira e mexe e acabamos com definições de uns e a abstenção das coletividades…
E penso se um gargalo não estará nas ideias de descentralizar ao invés de distribuir, com tudo que implica e que, na prática, não vislumbro como efetivar.
O que diz?! bzzuuss
PS: Colaborando na revisão:
> faltou o ‘A’ de assim 🙂 em “ssim, é preciso construir uma nova metodologia, dentro de uma nova teoria, com uma nova filosofia …
E no ‘2’ é visto ou vistoS?
Paula, o processo de estranhamento é natural. Quanto maior a mudança, maior será a resistência. Teorias menos eficazes e metodologias idem farão parte desse cenário.
Precisamos, mais do que tudo, nos aperfeiçoar na gestão de mudanças, como as pessoas mudam? O que ajuda nesse processo? Quais são os contextos, locais, perfis mais propícios para iniciar esse processo todo:
É nisso que tenho me concentrado..
Valeu visita e comentário,
beijos,
Nepô.