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Fala-se muito em inovação, em conhecimento, em sair da caixa, desde que sejam os outros e não eu! – Nepô – neste post;

Versão 1.0 –16 de março de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode redistribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Muitas organizações, pessoas e instituições torcem a cara ao se pensar qualquer coisa que não seja o “como fazer”, “como aplicar”, “um passo a passo” para ir adiante, pois ninguém tem tempo para parar para pensar, mesmo que estejamos em plena, tão badalada, “sociedade do conhecimento”.

Ou seja, fala-se muito em inovação, em conhecimento, em sair da caixa, desde que sejam os outros e não eu!

Posso arriscar a dizer que qualquer atividade humana exige conceito.

E o que podemos falar de conceito é a capacidade de alinhar essas três vertentes.

Quanto mais conceito houver, mais alinhado estará esse tripé: filosofia, teoria e metodologia – mais uma organização vai gerar valor e enriquecer e vice-versa.

 

Muitas pessoas e organizações vivem o dia a dia sem se dar conta que estes três fatores não estão alinhados e, quando não estão, começam a perder valor no mercado.

Um diagnóstico desse tipo passa por uma análise de toda organização, dentro do espírito de revisão da gestão e dos resultados: qual é a filosofia vigente, qual a teoria e a metodologia (ou as metodologias) para que se possa fazer correções de rumo.

Vejamos.

Filosofia é o campo do estudo do para quê.

  • Para quê estamos vivos?
  • Para quê trabalhamos?
  • Para quê criamos uma organização?
Teoria é o campo de estudo do como funciona;
  • Qual são os fenômenos principais que afetam a vida da organização?
  • Quais são as forças que o regem?
  • Como elas atuam entre si?
  • Como variam a cada contexto?
  • Quais devemos destacar mais agora?
Metodologia é o campo de aplicação prática para alinhar filosofia com teoria:
  • O que deve ser feito para um alinhamento filosófico?
  • O que deve ser feito para um alinhamento teórico?
  • Ou seja, que ações precisam ser feitas para que se possa organizar as forças em movimento, conforme a filosofia escolhida e o que a teoria de plantão apontou como relevante?

Filosofia, portanto, é um campo que nos permite rever os conceitos mais básicos da organização e de onde estamos e para onde vamos. Os princípios que devem governar os projetos. A filosofia está acima da resposta “a empresa veio dar lucro”.

Porém, se ela veio ao mundo só para dar lucro e não prestar um serviço, logo o cliente vai perceber que ela está voltada para ela mesmo e procurar alguém que esteja mais dispostas a dialogar e a fazer um ambiente ganha-ganha.

Obviamente, que existem alguns artifícios para que organizações consigam estar no mercado e dar lucro, sobreviver, através de brechas, armações, proteção legal, deixando o cliente de lado.

Essa estratégia filosófica deve rezar para que os concorrentes façam o mesmo.

É da discussão filosófica, portanto, que as organizações tiram a sua missão no mundo e que deveriam fazer valê-la, através do uso das teorias e das metodologias que as tornem possíveis.

É da filosofia que saem os princípios inegociáveis e que marcam a vida de uma organização ao longo do tempo.

A filosofia parte de dentro para fora, de um propósito daquilo que se quer mudar na sociedade.

Já a teoria é o estudo de como o planeta, de fato, funciona e como é possível usar estas forças a favor dos propósitos da organização.
As teorias lidam, portanto, estudam as variáveis dos fenômenos com as quais uma organização precisa aprender a conviver. É das teorias que sairá a visão e a estratégia de para onde o mundo está indo e como devemos nos alinhar a ele, criando uma metodologia de gestão compatível, dentro dos princípios filosóficos tratados.
Precisam destacar as principais forças atuantes, seu tempo de duração, como se comportam em contato com outras e em como mudam em cada contexto.
Como já dizia Kurt Lewin:
“Não existe nada mais prático do que uma boa teoria”.

As teorias nos ajudam, assim,  a prever coisas, criar estratégicas e apontam para a necessidade de metodologias para que possamos agir de forma pró-ativa para nos anteciparmos a determinados problemas.

Se percebemos a tendência da desintermediação, por exemplo, na sociedade, a partir das variáveis na teoria, devemos ter uma metodologia consistente que nos permita criar desintermediação.

Por fim, as metodologias são resultados das filosofias e teorias escolhidas.

São pacotes de procedimentos que irão descer para toda a organização, que irão conter ou transmitir, ou traduzir os princípios filosóficos, as teorias de como se vê as mudanças futuras, através de normas, procedimentos e processos.

É das metodologias que nasce o que podemos chamar da gestão da organização.

As metodologias traçam um conjunto de ações para que as forças identificadas sejam trabalhadas de forma consciente e que se possa tirar resultados previsíveis para os objetivos traçados dentro da filosofia escolhida, do para quê fazemos as coisas.

Ou seja, deve se procurar um alinhamento entre a:

Filosofia -> Teoria -> Metodologia

No final de tudo, há que se haver medições dos resultados da metodologia escolhida para analisar se o que consideramos importante na filosofia adotada está sendo, de fato, implementado, através das variáveis vistas nas teorias.

  • A filosofia na organização é a missão;
  • As teorias são as ferramentas que guiam as estratégias;
  • E as metodologias são as ações, gestão que é feita para seguir o que é traçado.
Uma análise de uma organização deve rever como ela está lidando com estes três fatores e se estão alinhados para gerar valor.
Entende-se valor o reconhecimento do cliente e sua vontade de continuar se relacionando com a empresa cada vez mais, sendo o lucro resultado dessa relação positiva.
E não o contrário.
Quando um cliente percebe que a organização está alinhada e consegue resolver adequadamente o seu problema torna-se fiel.
Pode-se analisar diferentes organizações duradouras e de sucesso e veremos que a procura desse alinhamento é fator determinante para os resultados.
Podemos, por fim, criar uma taxa de alinhamento entre estes três fatores e analisar como anda e o quanto eficiente são para poder avaliar a saúde geral de uma organização.

Que dizes?

 

 

6 Responses to “A diferença entre filosofia, teoria e metodologia”

  1. […] Escrevi neste post, no qual defendo que deve haver para uma empresa gerar valor uma sinergia entre a filosofia, a teoria e a metodologia que uma dada organização escolhe. […]

  2. “Em casa de ferreiro, espeto de pau”.

    Em fala de “metódico”, pensamento (teórico) de vento?

    Pensei nessa analogia com a expressão. Achei graça devido a ser comum encontrar gurus por aí, mas com tanta pouca prática. Certa vez vi um porfessor que nunca tinha realizado uma só consultoria com sucesso, mas inúmeras palestras…Preciso dizer que nunca mais assisti as aulas dele? Abaixo aos “Falso-EUs”. Excelente texto Nepo, gostei.

  3. […] aqui sobre a ideia de que é preciso criar uma sinergia entre a filosofia, a teoria e a metodologia para […]

  4. Fred disse:

    Geralmente encontro em textos acadêmicos “teoria’ e “filosofia” utilizados como sinônimos. Achei interessante a articulação aqui elaborada. Alguma referência bibliográfica onde a distinção aqui desenvolvida também é feita?

Leave a Reply to A ciência das redes | F2 - Sistemas

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