As redes sociais não são coisas diferentes das empresas; são o futuro das empresas – Nepô – da safra 2011;
Versão 1.4 – 07/12/2011 – Ainda rascunho – colabore com a revisão!
(Texto faz parte do meu novo e-book – Gestão da Desintermediação – uma obra em progresso.)
É muito mais difícil imaginar implantar Redes Sociais Digitais Corporativas dentro de uma organização que não se vê como uma grande rede.
Dessa maneira, consideram que a organização é uma coisa e o movimento das “Redes Sociais” lá fora ou iniciativas isoladas dentro da própria empresa são outra.
Como se as redes sociais fossem um terráqueo fantasiado de alienígena, que um belo dia vamos descobrir que são terráqueos!
Redes Sociais são vista como um corpo estranho e não algo a ser alcançado.
Não compreendem, portanto, que hoje é o passado e o modelo de gestão das Redes Sociais é o futuro.
Quantos analisam dessa forma?
Poucos, muito poucos…
Como a fábula do Patinho Feio, que se acha feio por que é pato, mas, no fundo, era ganso.
Ou seja, as redes sociais não são coisas diferentes das empresas; são o futuro das empresas. A nova forma de operar! É difícil cair essa ficha!
É importante alinhar a visão: empresas são redes, hoje que operam de uma maneira e vão evoluir para operar de forma mais eficiente como os adolescentes têm demonstrado fortemente pela Internet.
Sim, não será a mesma coisa, mas algo bem parecido!
Se tudo é rede, como detalhei aqui, as Redes Sociais Digitais Corporativas serão um upgrade nas redes atuais, através da implantação de uma nova cultura de controle mais horizontal, pois as empresas estarão apenas se aprimorando, bastante é verdade, mas nada mais do que isso.
Como disse, é preciso, então, re-radiografar a organização com outros olhos, analisando-a como uma grande rede que inicia um projeto de migração de um modelo cultural analógico, de controle mais rígido e centralizado para outro mais digital menos rígido e mais descentralizado.
Este é o calcanhar de Aquiles do futuro!
Nessa direção, podemos classificar três tipos de redes na organização, sobre o ponto de vista dos objetivos: de ação, de conhecimento e de relacionamento.
Pois bem, quando vemos o processo de implantação de Redes Sociais Digitais Corporativas podemos dizer que as pessoas atuam e acham que todo o processo começa e termina na implantação de redes de conhecimento e relacionamento.
(Ver mais sobre as três redes conceituais que existem nas organizações.)
Implantam Redes Sociais Digitais Corporativas Internas e Externas para fazer de tudo menos mudar a forma de como operam, pois consideram tudo um grande folclore e não uma mega-oportunidade para os negócios.
Sim, tem sido difícil essa passagem, pois são dois modelos culturais tão diferentes, que torna-se quase impossível fazer a migração de forma gradual, talvez o grande desafio do atual processo de desintermediação. Como implantar algo que é diametralmente oposto ao que estamos acostumados?
O desafio é escolher bem processos que possam ser passados para a nova cultura, tal como projetos novos e isolados na cultura de controle analógico da organização.
Uma opção pode ser a criação até de uma nova organização, começando tudo do zero, com modelos de startups criadas para substituir, aos poucos, os antigos métodos.
Viagem?
Porém, são raros os que enxergam que a implantação de Redes Sociais Digitais Corporativas é basicamente uma nova forma de trabalhar, alterando todos as redes corporativas atuais, incluindo também as de ação.
No projeto que fiz para um cliente ano passado, por exemplo, um dos participantes da geração mais nova perguntou se a de implantação de blogs corporativos em curso era só uma iniciativa de Comunicação (Rede de Relacionamento/Conhecimento) ou mudança de processo (Rede de Ação)?
O objetivo, respondi, era o de chegar à mudança de processos, mas como chegar nisso sem o apoio total da alta direção?
Tínhamos ali um método de guerrilha cultural: como detalhei aqui.
Hoje, internamente, os projetos testados são mais na linha de comunidades de prática (conhecimento), espaços de troca/comunicação (relacionamento). Ou na parte externa, de redes de relacionamento, mas sem alterar os processo de produção e de co-criação com colaboradores, fornecedores e consumidores.
É como se tentassem colocar dois elefantes para morar dentro de um mesmo fusca!
E deixam as Redes de Ação, que são quase 80% dentro de uma organização para depois, ou acham que não se deve pensar nesse campo, pois Rede Social é uma coisa e trabalho é outra!
É um dos principais enganos.
Entretanto, ao analisarmos tanto o movimento cultural que estamos passando e as redes corporativas de hoje vemos que é um ganho enorme de tempo e custo pensarmos em redes corporativas que mudem os processos das organizações e não apenas relacionamentos e conhecimentos.
O difícil é que as Redes Sociais Corporativas Digitais que mudam a ação implicam justamente em uma mudança de cultura, mexe com o controle das ideias e, em última instância, com a estrutura de poder.
Não podem ser implantadas no meio de processos.
Ou seja, não é possível em um processo que começa em “A”, passa por “B” e vai para “C”, por exemplo, implantar uma rede social em “B”, pois vai se ter problemas em “A” e “C” que não vão conseguir se comunicar, pois são maneiras de pensar e resolver problemas diferentes.
Assim, a missão de um agente de mudança é ter consciência de que a implantação de Redes Sociais Corporativas Digitais é uma mudança global nos processos da empresa, tanto nas ações e processos, quanto na forma de gerir o conhecimento, quanto na maneira de se estabelecer o relacionamento.
Como premissas podemos dizer que:
a) deve-se escolher redes de ação que permitam trabalhar com processos de início/meio/fim em que toda a cultura possa ser pratica e não apenas em uma parte, pois não é possível duas culturas operarem na mesma direção;
b) estudar até a criação de startups, quando possível;
c) não deixar que o processo seja visto apenas como uma melhora de relacionamento ou de conhecimento, pois é uma parte pequena do todo;
d) quando fazem nessa linha as pessoas começam a dizer o seguinte, ou eu trabalho ou eu colaboro, pois as redes sociais entram de apoio e não mudando processos.
Que dizes?
[…] Sociais Digitais Corporativas é mudança de processo! Carlos Nepomuceno | 21/11/2011 • 10:15 Que dizes? As redes sociais não são coisas diferentes das empresas, mas são o futuro das empresas – Nepô […]