Vem cá, não tá na hora de recuperar a caixa-preta do teu piloto automático? – Nepô – Safra 2011;
Obviamente, que o dia-a-dia nos leva a automatizar decisões, maneiras de ser, coisas que fazemos, de pensar.
Criamos um bolsão de coisas resolvidas, de como achamos que pensamos, o que somos, o que é a vida, o que queremos dela, para onde queremos ir.
Colocamos numa caixa fechada e vamos embora.
Nada contra, pois tem um lado do piloto automático que é saudável e necessário, mas temos um problema complicado de quando esta taxa fica muito elevada.
Quando chega determinado nível e por muito tempo, começamos a ter problemas.
O piloto automático necessariamente nos tira um pouco a intuição, os sentimentos, os afetos, a nossa relação com o presente e com o que ocorre a nossa volta.
Vamos indo como boiadas na mesma direção sem pensar muito.
Obviamente, se entrarmos pelo campo da psicologia chegaremos a conclusão que a robotização pode nos facilitar não nos aproximar de determinados sentimentos, problemas, abusos sofridos, etc.
Isso tem que ser levado em conta…
De qualquer forma, sem olhar para os lados, nos vamos nos robotizando.
Quando as pessoas falam na dificuldade das pessoas mudarem, na verdade, podemos traduzir: na dificuldade de se sair do piloto automático, da caixa, do ego engaiolante, etc.
E ver coisas de forma diferente daquela que nos “viciamos” a ver.
Ok, muito bem.
A sociedade funciona e se organiza em torno do poder estabelecido, que tenta criar um ambiente de conservação de ideias e até estimular que o piloto automático nos leve para a continuidade do modelo, aumentando a taxa robotização na sociedade.
Há diversidades, nichos, mas no geral cria-se um senso comum.
Porém, o que acontece quando esse exército com alta taxa de pilotos automáticos em ação se depara com uma ruptura radical como a que passamos trazida por uma nova mídia descentralizante?
- As pessoas continuam a pensar do mesmo jeito, apesar das coisas, dos fenômenos, dos fatos apontarem em outra direção;
- Negam as coisas que acontecem;
- Criam teorias para continuar indo na mesma direção.
E este é o grande desafio num mundo que chega ao fim de uma Era Civilizacional.
Conseguir sair da economia do piloto automático e começar a tentar a enxergar novas visões, radicalmente diferente daquelas que nos viciamos.
Acredito que o processo é tão difícil que vamos demorar algum tempo, como Moisés que demorou 40 anos no deserto para chegar à terra prometida.
(Dizem que o objetivo de Deus era terminar com toda uma geração de escravos.)
Somos escravos de um modelo mental da civilização da mídia do papel/do rádio e da tevê, que nos condicionaram a pensar o mundo de determinada maneira.
Um mundo mais sólido, baseado em um tipo de poder, de gestão, de solução individual de problemas, de um pertencimento mais local.
Tudo isso está sendo abalado profundamente com impactos profundos na nossa cognição e afeto.
Sair da caixa automática, 24 horas, em cada esquina é um desafio e tanto.
Sei que todos nós temos um limite de conseguir ver adiante. Mas, pelo menos, já saber que o piloto automático nem sempre ajuda, é um grande passo.
Que dizes?
É perfeito…!É bem por ai mesmo.
Acabamos vivendo uma vida Automatizada,que estamos tão acostumados q esquecemos q somos seres individuais.
Muito bom!^^