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“Não é hora de ser pragmático. É hora de ser sonhático” – Marina Silva.

Marina saiu do PV na semana passada e apareceu uma charge interessante no Globo.

Note que ela pula de dois partidos para um ponto de interrogação.

A charge representa bem o momento que estamos passando não só a Marina, não só o Brasil, mas o mundo, nossa civilização.

Estamos pulando de estruturas hierárquicas que não funcionam de forma eficaz (partidos, empresas, escolas) para outras mais dinâmicas, fortemente tecnológicas, produtivas e sociais.

Para as quais não temos ainda certeza de como serão, como viveremos nesse mundo mais desentermediado.

O impasse da Marina é o nosso.

Ela consegue nos representar nas suas dúvidas.

Marina sai do PV, pois acredita que aquela estrutura de partido não lhe assenta bem.

Ela não critica o PV, mas o partido como expressão de representação, o que lhe dá um peso histórico.

É o único político de peso no país que está diante dessa interrogação, que capta bem o momento em que estamos vivendo diante de uma revolução da informação inapelável.

 

Vamos analisar o discurso dela deste artigo para pontuar as coisas:

O movimento que pretende criar –que eventualmente pode gerar uma nova sigla– vai “metabolizar uma nova forma (de fazer política)”.

Ou seja, é um movimento, diria até que é uma rede, mas para que isso ocorra Marina vai ter que passar um tempo sem a pretensão de querer o poder para construir algo mais adiante.

O  “mundo inteiro não sabe como ela (a nova política) é”. “Ela não tem fórmula. Eu compreendo a pergunta. Mas eu também estou em uma expectativa”.

Foi o que ocorreu na Espanha principalmente, não é essa democracia é uma outra,  baseada em plataformas produtivas, que possam expressar o desejo de milhares, desintermediando os atuais partidos, parlamentares, prefeitos e governadores.

Não existe solução teórica ou ideológico apenas, pois é preciso desenvolvimento tecnológico, baseado em um novo paradigma.

Temos já a latência, mas não temos as ferramentas.

O que falta é começar a fazê-las!

 Não se deve criar “a velha ideia” de liderança que “sabe de tudo e do resto”. “É uma construção”, disse a ex-senadora, que lembrou que “tudo” o que o homem pretendeu planejar com começo, meio e fim, “foi um tremendo fracasso”.

Essa visão é pertinente, pois nos lembra que estamos saindo de um ambiente mais fechado de geração de conhecimento para um mais aberto, construído, através das interações.

O que muda?

Se altera o como, mas não os princípios.

Uma rede de cidadãos pode definir que se quer reduzir a exclusão social como meta principal e isso é programado dentro do algoritmo da plataforma, que nos leva às ações nessa direção.

O como é feito isso a interação dentro da plataforma resolve.

A política assume vezes de apicultura e não de ordenha de vaca!!!

“Não gosto de ficar “submetido a uma estrutura”, “dando jeitinhos” para conseguir suportar as regras atuais com objetivo de conseguir se candidatar em eleições futuras”.

A base para se trabalhar na rede, com a rede, pela rede é de que deve-se atirar em um poço escuro em direção ao futuro que hoje pode parecer incerto.

Os frutos serão colhidos, pois o discurso da Marina é permeado de futuro.

“A saída do PV “não é o fim. É o início”.

Pois é, o problema é o séquito, ávido de poder, que gira em torno de qualquer celebridade. Contra estes conselheiros que ela terá que lutar.

A ver.

Na sua visão, os partidos brasileiros estão transformando os eleitores em meros “espectadores”. Segundo ela, seu “foco principal” nessa “caminhada esperançosa” é sensibilizar as pessoas que acabam ficando de fora das decisões importantes do país.

Esta é a base da política 2.0. Precisamos de um novo conceito e uma nova prática, através de plataformas inteligentes.

Ao final do artigo, vem a nota do PV:

“Nega que não haja democracia interna na legenda, como reclama a ex-verde Marina Silva”.

Ela não está falando de democracia interna, está falando de uma outra maneira de se pensar e fazer política.

Aposto no sonhático da Marina, mas alguém tem que dizer que além disso tem que ser também platafórmico.

Aí vai!

5 Responses to “O impasse da Marina é o da civilização”

  1. Lucia disse:

    Nepô,
    Ontem uma amiga, uma das pessoas em que divulguei o manifesto 2.0, fez o seguinte comentário: “Vocês tem que apresentar esse manifesto para a Marina, tem tudo a ver com o momento político dela”. E hoje você vem com esse post… É, “Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia”…

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Lu,

    Pois é…tudo vem ao mesmo tempo…legal…estou tentando chegar até ela..com este texto de hoje.

    Bjs,

    tks pela visita.

  3. Cesar Constantino disse:

    Acho que é tudo cortina de fumaça. Os eleitores são espectadores desde o segundo quartil do século XIX! Stuart Mill já cantou esta pedra há mais de 100 anos! Se ela (Marina) quer criar uma nova sigla é porque ela tem interesse no jogo político tal como ele está aí. E será apenas uma silga de conveniência, visot que para ser candidata ao Executivo, ela precisará de tempo de TV. Logo, logo, ela se aliará ao PV, ao PPS e a quem mais quiser para ter suas presença garantida no horário eleitoral.

  4. Carlos
    Me Chamo Maurício Brusadin, trabalho junto com a Marina, adorei seu texto, acabei de mandar para ela, seguramente ela vai ler, gostaria de te convidar para uma conversa, na verdade não estamos preocupados em findar outro Partido, queremos fazer um movimento em rede que discuta as mudanças de paradigmas da Democracia, se desejar me mande um email para conversar mais. mauriciobrusadin@uol.com.br

  5. Carlos Nepomuceno disse:

    Mauricio, já mandei todas as referências por email, quando quiser.

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