Não sei para onde vou/Sei que não vou por aí! – José Régio.
Interessante ler os comentários sobre o que acontece na Espanha, nos jornais brasileiros, um movimento de jovens com mestrado, doutorado, pós que estão a conviver com uma taxa de 46% desemprego.
Veja, por exemplo, aqui.
Eles foram para a praça para dizer.
Não é isso que queremos de democracia.
Quando pergunta o que querem.
Não sabemos, mas não é esta.
Da mesma maneira que há tempos, há uns 300 anos, sabia-se que o Rei e a monarquia não eram o melhor sistema político e não tinham outro foram, então, copiar os gregos e estabeleceram a democracia, só que não mais na praça, mas em uma casa escolhida pelo povo.
Os espanhóis foram para a praça para conversar e pensar juntos seus impasses.
Esta casa escolhida pelo povo lá atrás ficou caduca, queremos algo novo!
É o primeiro país desenvolvido que tem um movimento desse tipo.
No Egito (países árabes inclusos), disseram que queriam democracia no lugar de ditadura.
Na Espanha, querem outra democracia, chamam de democracia real.
O pessoal tem chamado o movimento de anarquista, diria que é uma revolta sem definições claras, mas está se criando um primeiro caldo que será usado depois.
Um poder que não seja esse poder.
Toda mudança aliás, quando começa parece meio anárquica mesmo, mas depois vai se consolidando.
A Espanha mais do que a resposta, coloca na mesa a pergunta adequada em um sistema político cansado, falido e sem espelhar o que o século XXI deseja:
Que nova democracia queremos?
Uma recado que fica, mas que pouca gente tem hoje percepção de ouvir, é que esta que está aí não serve mais , o que me lembra o poema do José Régio, ao seu final:
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Anarquistas graças ao Caos
Yes, grato pela visita e comentário…