Quando o homem conquista a auto-suficiência, acontece uma revolução – Henry Thoreau;
Resumo: defendo que vivemos uma mudança radical na sociedade para um reequilíbrio sistêmico para ajustar 7 bilhões de pessoas no mundo, através da plataforma digital em rede. E que isso influencia fortemente a indústria da produção intelectual, que se beneficiou da estrutura do poder passado, com forte controle nos canais de distribuição, que acabou por deixar a sociedade decadente. O novo reequilíbrio se aproxima ao tempo pré- livro, pré-disco e que precisa de novos intermediários, com outro perfil e função.
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Direito autoral, indústria livro/música: intermediários terão novo perfil e função: http://bit.ly/g7dPBh
O controle rígido dos canais de distribuição de bens culturais gera decadência: http://bit.ly/g7dPBh
Direito autoral, indústria livro/música, o novo papel dos intermediários: http://bit.ly/g7dPBh
Estamos vivendo uma fase de reequilíbrio civilizacional.
Como tenho repetido – quase como um vendedor de pamonha – aumentamos demais a população e precisamos rever a maneira que vivemos.
A Internet é a plataforma informacional, onde as mídias circulam, para que isso ocorra.
Ou seja, estamos passando do mundo 1.0 para o 2.0 como um reequilíbrio sistêmico para caber de forma melhor 7 bilhões de bocas.
Se analisarmos a produção intelectual, por exemplo, a estrutura montada, desde a chegada do livro impresso, em 1450, o e depois de outros meios de distribuição de ideias, discos, cds, etc….há um relação entre:
Produzir – transmitir/copiar – Consumir
Toda a estrutura social, não é só na produção cultural, criou um modus-operandi baseado em um nível de controle da informação, a partir das tecnologias de informação e comunicação disponíveis.
A produção de bens e serviço e, por sua vez, a política atrelada a esta, determinam como as coisas vão acontecer, através da dominação dos canais de distribuição da informação e produtos agregados a esta.
(Me diga quem domina os canais e te direi quem está ou vai estar no poder.)
Influencia-se a massa com objetivos específicos.
Ou seja, esse controle social pela informação visa defender – como qualquer poder vigente – um conjunto de interesses dos setores produtivos da sociedade.
Para os saudosistas e tecno-fóbicos, que acham que o cenário atual é danoso ao direito autoral, é bom lembrar que antes do surgimento dessa nova plataforma digital, a produção intelectual sofria:
– da falta de espaço para novos talentos, que tinham muito mais dificuldade de sair do anonimato, não quer dizer que não tenham agora, mas o ambiente ficou mais meritocrático do que antes;
– os produtores intelectuais eram dependentes/quase escravos dos distribuidores, continua em parte, principalmente ainda na área do livro e em parte do cinema, mas já houve uma boa abertura da porteira;
– o consumidor era obrigado a consumir pacotes fechados, com pouca opção de escolha, (comprava-se um CD por causa de uma música), assiste-se a uma revolta escancarada, com o mercado se ajustando por compras de produtos individuais, uma música = x reais;
– a mesmice do cardápio era mais regra do que exceção, com todas as consequências sociais que isso implica, pois quanto menos ideias novas e boas circulando na sociedade, mais decadente ela se torna. A inovação depende da liberdade para ideias novas trafegarem.
Toda a indústria estava baseada em gerar valor em cima da dificuldade de distribuir e ganhava muito em cima disso, pois era fácil reprimir quem saísse do esquema.
Deixaram o seu papel de inovadores (como geradores de ideias novas e talentos para a sociedade) e passaram ao papel de conservadores, sendo cúmplices da decadência, pois, normalmente, investe-se só nos best-sellers.
A situação se inverteu, pois o mundo super-populoso precisa da inovação para viver e precisa, como item de sobrevivência, de novas ideias circulando.
O canal de distribuição, assim, barateou.
Não dá para reprimir, pois é geral.
Não há como controlar a nova plataforma.
Vale a máxima: quando uma lei não consegue reprimir, fica caduca!
Precisa-se, assim, inventar-se outro modo de gerar valor com ideias, no qual haja, de novo, um reequilíbrio. Neste, todos tem que ganhar: o novo produtor, o novo intermediário (que sempre vai haver) e o novo consumidor, criando, assim, por necessidades, novas leis.
Quando você não tem remédio, convive-se com a “doença”.
Assim, estamos passando um reequilíbrio, voltando para práticas pré-livro, pré-disco, quando os compositores ganhavam mais dinheiro dando concertos e vendendo serviços (aulas) muito pouco com partituras.
Não é novo nem futurista, é uma possibilidade, que retorna do passado renovada, sob o guarda-chuva da nova tecnologia.
Todos os elementos estão, aos poucos se ajustando, o autor está caminhando para um contato direto com seu público, através de alguma plataforma digital.
Cria-se o intermediário digital que gera valor não mais impedindo a cópia, mas promovendo encontros digitais e ganhando com anúncios e sub-produtos correlatos.
E/ou promovendo encontros presenciais (como os concertos pré-discos), no qual ganha-se dinheiro com o contato direto.
(Falta ainda empreendedores que façam no livro o que já é comum na música, promotores de eventos para palestrantes.)
O consumidor fica, assim, contente, pois ele tem o que quer, de graça.
E paga para o que tem a mais.
E não se incomoda em comprar ingressos, camisetas, bonés, etc.
Ou seja, o valor continua, mas se deslocou.
E é bom lembrar que todo usuário da rede paga para ter acesso a ela, seja banda larga, conta de celular, lanhouse, ou seja, a rede não é televisão aberta é um canal pago!!!
Quando se diz que é de graça, esquece-se que alguém está recebendo pelo acesso.
Sempre haverá valor na sociedade humana entre alguém que quer algo e alguém que resolve esse algo.
Esse reequilíbrio assusta, pois nem todos conseguem ver a fina e tênue luz no final do túnel.
Basicamente, é um ajuste sistêmico, que exige um similar mental para que possamos voltar aos princípios, as regras básicas da sociedade humana, que precisa da produção intelectual ativa para se renovar.
E voltar a gerar valor de forma adequada, com intermediários novos e profissionais (que hoje emgatinham) ficando, de novo, todos satisfeitos no novo reequilíbrio.
Os que não se adaptarem, vão chorar muito sobre o leite derramada, e ficarão de fora da hora do novo lanche.
Assim caminha a humanidade que não para de procriar e crescer….
Que dizes?
“de novo, todos satisfeitos”? de novo? todos satisfeitos?
quando isso ocorreu na história? is it possible?
Matheus, bom ponto….acho que o termo não seria satisfeito, mas menos insatisfeitos….aceitando o equilíbrio….menos revoltados…concordo.
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