O professor é incentivado a tornar-se um animador de inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos – Pierre Lévy – da coleção;
Legal, gosto desta ideia do Lévy.
Tento ser esse animador de inteligência coletiva, um professor 2.0, numa sala 2.0.
E caio para a filosofia.
Um animador de IC é um arqueólogo de ideias de quem está ali reunido.
O que é preciso?
1) revelar qual são os sensos comuns quem estão estacionados nos participantes sobre o tema abordado para poder começar a tirá-los da poeira e iniciar o trabalho de polimento;
2) tentar que estes sensos comuns sejam discutidos entre eles para que avancem no máximo que puderem (tem várias técnicas para isso);
3) colocar esses sensos comuns coletivo, depois de esgotada a possibilidade de todos num lugar visível para que todos possam ver o que avançou, qual é o máximo que o grupo conseguiu superar na discussão conjunta;
4) agregando, só então, o tempo de discussão do animador, frente ao que o pessoal colocou para identificar pontos e mostrar pensadores que conseguiram superar alguns dos impasses que aparecem.
O objetivo é não perder tempo com discussões que não brotam do grupo, falsos problemas e se concentrar nos verdadeiros problemas.
Essa metodologia (com variantes, claro) é a forma mais rápida para:
a) conseguir ver o que a turma pensa sobre o tema, ao máximo;
b) identificar maneiras de pensar do coletivo;
c) e colocar as questões chaves para que as pessoas saiam de “a” para “b”, a partir do que tem sido discutido além do que a turma conseguiu sozinha.
Não, o p0nto “b” não é o do coordenador, mas aquele que todos conseguiram ir, com o esforço coletivo, todos mudar, inclusive quem tem mais tempo de discussão.
Basicamente, a tarefa é a de ser inteligente coletivamente e ganhar tempo de todos para fazer um encontro gostoso, agradável e profícuo
Deve-se evitar polêmicas falsas, aprofundando-se no que é de fato polêmico e o que não é não entra, pois está superado.
Isso incentiva ao animador a lidar com novidades e mudanças ao longo do caminho, mas sempre tentando mostrar que há um “senso comum”, que há “sensos incomuns”, a partir da discussão do tema.
E levar todos para crescer no tempo de discussão, em um processo rico e motivador para todos.
Assim, trata-se de encurtar o temo e ganhar vozes de todos os lados, capturando não só o que se pensa, mas também as novidades, as novas maneiras de olhar o problema.
Que dizes?
Prezado Nepomuceno:
Meus parabéns pelos seus posts, gostei muito do animador da inteligência coletiva, traz uma série de idéias muito bem articuladas.
Mas, assistindo a sua palestra na Vale, algo me intrigou, notei que o método utilizado foi, mais de uma exposição de idéias e fatos, do que uma reconstrução coletiva, como apregoado no texto IC.
Na sua opinião existe, um formato diferente quando se trata de palestras? A situação não era propicia para “conseguir ver o que a turma pensa sobre o tema, ao máximo; identificar maneiras de pensar do coletivo […]” ?
Um abraço do
Lima.
Sergio, tenho procurado nas palestras – cada vez mais – falar menos, uns 30 45 minutos e depois abrir para:
a) perguntas;
b) concordâncias;
c) discordâncias.
É um processo, na Vale tivemos debate tb.
Mas vamos aprimorando.
abraços,
Valeu a visita!
[…] Vamos co-laborar então. Vamos trabalhar a nossa “inteligência coletiva” (vide: http://nepo.com.br/2010/08/19/animador-de-inteligencia-coletiva/) […]