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Deve ter algum motivo para os judeus ortodoxos não comerem carne de porco.

O que era um aprendizado ou ensinamento válido, virou uma tradição e depois dogma.

Todos nós, em diferentes níveis, estamos cercados de tradições sobre as quais não paramos mais para pensar.

Não me venham com novidades....

Não me venham com novidades....

No Natal, damos presentes, pois é o dia da solidariedade do amai-vos uns aos outros.

Na Páscoa, ovos, pois é a fertilidade, apesar de coelho por mais tarado que seja, não por ovos.

(Deve ter sido algum erro de tradução pelo caminho.)

E assim vamos entranhados de condicionamentos registrados e não conscientes na nossa placa-mãe, desde o berço.

Se apertarem o botão “x” respondo “mamãe”. Já o “z”, “papai”.

Que tal uma atualização no boot da sua placa-mãe?

Que tal uma atualização no boot da sua placa-mãe?

O trabalho terapêutico sério – e que funciona – nada mais é do que tentar colocar o paciente fazer viver no presente, sem os fantasmas do passado.

Um processo de destraumatização, de descondicionamento, de autoconhecimento para viver e recriar e se relacionar com o presente. E não viver num eterno passado imutável e num futuro idealizado.

Há uma novidade com a chegada da valorização do capital intelectual na sociedade contemporânea, conectada e em rede.

“Robôs sociais” foram excelentes para uma sociedade dominada pela Igreja, pelo grande capital, o robô humano repetitivo e sem criatividade interessava ao sistema.

Agora, esse condicionamento estimulado está entrando num beco sem saída.

A sociedade da mudança e, portanto, da inovação, pede o descondicionamento!!!!

O Capitalismo Cognitivo pede criatividade.

E vai começar a demandar pessoas descondicionadas, não ortodoxas, não dogmáticas.

A alma da criatividade e da inovação é o descondicionamento.

Quanto mais tradicionalista, dogmática é a cabeça da pessoa menos ela terá capacidade de pensar fora do quadrado.

Um quadrado pode não ser tão quadrado!

Um quadrado pode não ser tão quadrado!

Longe de mim querer dizer que todo judeu ortodoxo não é criativo.

Mas as tradições – sem questionamento – servem para dar segurança às pessoas, fazem-na fazer parte de uma determinado tribo, coletivo, isso é natural.

Mas a embotam, tornam a mente repetitiva, cansada, óbvia.

Obviamente, que agora não é chutar o pau da barraca do passado, o que seria também uma atitude dogmática.

Não vamos chutar os bons ensinamentos do passado!

Não vamos chutar os bons ensinamentos do passado!

É preciso separar o joio (condicionamento burro) do trigo (ensinamento sábio).

Analisar o que existe de vazio, de deturpação do ensinamento, do repetitivo e sem sentido na tradição.

Para haver mudança, é preciso estar aberto para perceber aonde há sabedoria no passado e saber recriá-la, a partir não da tradição, mas da sua importância em termos de conteúdo, ensinamento para o presente.

Uma atualização diária da nossa placa-mãe.

Você já atualizou a sua placa-mãe hoje?

Com esse olhar, estamos abertos para o novo, sem neglicenciar o passado, pelo contrário, tirando dele realmente aquilo que nos faz ser mais humanos e menos tradicionalistas condicionados –  o que nos leva, normalmente, justamente ao desumano e à ignorância.

Ou seja, cravo no poste:

A tradição sem reflexão é a vitória da mediocridade!

Concordas?

5 Responses to “A tradição sem reflexão é a vitória da mediocridade!”

  1. profpardal disse:

    Concordomcom o que disse no post. Há tradições que em pleno séc XXI não fazem qualquer sentido. Faziam há muitos séculos atrás. Há que evoluir e principalmente criticar. Um bom crente é aquele que questiona os dogmas da sua fé. Não achas?

  2. cnepomuceno disse:

    Pardal,

    Paulo Freire fez uma distinção entre o radical, que tinha seus princípios abertos e dialogava. E o sectário que tinha suas idéias fechadas e queria evangelizar, sem diálogo.

    Um crente tanto pode ser um quando o outro, gosto mais de me relacionar com os primeiros, pois uma das maiores violências de um humano contra o outro é não olhá-lo.

    Portanto, sim acho que um bom “crente” é o que está sempre se questionando…crente na dúvida 😉

    abraços,

    valeu a visita.

  3. crd disse:

    Nepo,

    gostaria de saber se na frase “É preciso separar o joio (ensinamento sábio) do trigo (condicionamento burro)”, não há um erro de troca de significado entre o joio (erva daninha da cultura do trigo) e o trigo. Me parece que houve uma troca de significados na analogia. O trigo seria o ensinamento sábio, ao contrário do joio.
    Parabéns pelo post. Muito interessante.

  4. cnepomuceno disse:

    CRD,

    fechado, olhos de águia!!!

    troquei e ficou melhor, valeu!

    Abraços,

    Nepomuceno.
    Valeu a visita.

  5. […] adiante, como muitos hoje, já carecem de ensinamentos relevantes e sabedoria, que não vem ainda em nenhum pen […]

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