O que você faria se fosse Prefeito?
Minha filha de onze me perguntou isso outro dia. E fiquei a matutar.
Toda a prefeitura tem um impasse.
Problemas demais e recursos de menos.
Um prefeito antigo, ou populista, fará da sua sua gestão a do Salvador da Pátria.
“Eu sei e posso resolver tudo”.
O prefeito 2.0 caminhará por uma estrada diferente.
“Eu vou articular a população para me ajudar a detectar e resolver os problemas”.
O PT nos bons tempos tinha isso bem enraizado. O tal orçamento participativo, que era uma marca do partido, mas acabou se perdendo.
Assim, uma prefeitura moderna é aquela que o prefeito incentiva, abre espaço e modela toda a máquina com os recursos mais modernos para fazê-la cada vez mais dinâmica para atender aos interesses dos cidadãos.
Para isso, é necessário um investimento, no modelo Amazon de uma central única de atendimento, via fone, celular, SMS, web, e-mail, Twitter, MSN, Skype, na qual o cidadão aponta os problemas.
Acoplado à central, um serviço bem esturuturado de “entrega” de serviços, através de motos e helicópteros (nas cidades maiores) que vão aos lugares para verificar o problema e ver quem da máquina pode ser acionado.
A entrada dos pedidos pelos cidadão à prefeitura passa a ser uma só e não várias como é hoje em dia, desperdiçando recursos e dispersando os resultados.
As motos e helicópteros vão como “paramédicos” e acionam a outra estrutura posterior, quando for algo emergencial ou colocam como medidas a serem tomadas como política de solução de médio e longo prazo.
Nestes casos, entrando na pauta do orçamento participativo daquela região, que pode ter como ferramenta de apoio as interações, via redes sociais.
Note que uma equipe de manutenção de semáfaros passarão a agir não mais para saber aonde está o problema, isso passa a ser missão do cidadão, como já é feito em Curitiba, por exemplo, há alguns anos.
(No Rio, há um telefone para denunciar problemas nos sinais, mas não é divulgado em cada um deles. Vi em Curitiba um número de telefone de três dígitos para que isso seja feito!)
O mesmo vale para denúncias, via celular, de caminhões parados, fazendo entregas em horários fora da lei, irregularidades urbanas, etc…
Teremos mais técnicos de manutenção nas ruas e menos supervisores para saber aonde está a agulha no palheiro.
Informatiza-se e coloca-se interação em todo o processo com resultados abertos para cada cidadão acompanhar a sua denúncia e dos demais.
E saber quantas vezes aquele problema já apareceu no call center e qual a solução proposta.
O processo todo passa pelo envolvimento de toda a cidade, através da divulgação de um fone e de uma página Web, números de protocolos e o controle das autoridades dos resultados dos pedidos.
Deixando o cidadão de frente da inoperânica da máquina, com possibilidade maior de cobrança, em relação ao modelo vigente.
Implanta-se o projeto em versões 1.0, avalia-se, vai-se para a 2.0, e evoluindo cada vez mais para que a estrutura de atendimento da cidade esteja ao alcance de cada cidadão em um processo contínuo de evolução, cada vez mais digital e participativo.
Um prefeito que constrói esse modelo deixa uma herança inestimável, pois uma cidade participativa dificilmente volta para trás, pois cada cidadão se sente, de certa forma, no comando.
E isso não tem retorno.
E você?
O que faria se fosse prefeito?
—- pós escrito –
Hoje, dia 07 de fevereiro – saiu no Globo que a Prefeitura do Rio vai utilizar o Eu-repórter (colaboração de leitores no Globo on-line) para auxiliar na luta contras as irregularidades.
Já é um primeiro passo na direção da cidade 2.0, mas ao invés de ser uma política centrar do Governo é algo periférico, não só na forma, como no conteúdo, pois a Prefeitura não pensa em criar a sua própria central.
Detalhes na imagem abaixo:
Gostei dos termos Cidade 2.0, Governo 2.0 e Prefeito 2.0. Coincidentemente, publiquei hoje um texto de certa forma relacionado.
http://tinyurl.com/manifesto20
[]s
Alexandre,
Muito boa a sua visão sobre o futuro 2.0 e o desenvolvimento de software.
Sinto também como outra etapa – uma quebra de paradigma. A causa: uma nova forma de produção de conhecimento.
Abraços,
Nepomuceno.
Ihhh! Olha só quem eu encontrei aqui – Nepô do blogtafogo!
Saudações alvinegras!
Renata
TheOne,
Ser prefeito não é pra cada pessoa… O importante é ser…no momento útil de agora.
Zen
iria colocar mais policiamento nas favelas