Ontem, tivemos a palestra muito boa de Sandro Barretto, do Taxibeat, no projeto Inovação 2.0, na IplanRio.
Qual é a situação dos aplicativos de Táxi?
Diferente de outras áreas de negócio, não há ainda um player muito forte.
Há uma briga pelo mercado.
Diferente também de outros setores, o táxi é algo muito volátil, pois os passageiros são móveis, os taxistas também, e a lei da oferta e da procura varia, conforme o clima: choveu, ferrou!
Na Estante Virtual, por exemplo, você cadastra os sebos, que não têm muitas opções de serviços e cria-se uma plataforma praticamente única, com concorrentes eventuais.
O cadastro de livros é algo demorado e acaba criando uma barreira maior para mudar de plataforma, que é mais ou menos igual ao que acontece no Facebook.
Imagina mudar tudo?
Amigos, contatos, grupos, fotos, etc?
Ou seja, cria-se um ambiente em que a mudança é mais trabalhosa e demorada, pois há armazenamento de dados, gradativo.
No caso dos táxis, há uma portabilidade muito maior.
Além disso, tem-se que lidar com uma comunidade que já existe com seus vícios, não se cria uma comunidade nova, como no Youtube ou Mercado Livre.
(A Estante Virtual havia já os sebos, mas eram isolados e não competiam muito entre si, pois eram regionais, diferente dos taxistas.)
Um taxista não cadastra nada, ele apenas coloca seu nome e está no ar, hoje no aplicativo “A”, amanhã no “B”.
Podemos dizer, assim, se vamos conceituar os processos, podemos dizer que:
- – Os setores em que os usuários/fornecedores criam mais conteúdo na plataforma, a concorrência e a portabilidade tende a ser menor;
- – E os setores em que os usuários/fornecedores criam menos, ou praticamente não criam, conteúdo na plataforma, a concorrência e a portabilidade tende a ser maior.
No caso das táxis e isso tem acontecido mais no Brasil, segundo ele, pois em outros países é diferente, (não saberia ainda explicar o motivo) a concorrência se deve, em função da facilidade da portabilidade de aplicativos.
E criou-se um verdadeiro leilão para conquistar taxistas, em etapas:
- – Cobra-se pouco, R$ 2,00;
- – Cobra-se nada;
- – Oferece-se gasolina para os taxistas, a partir de dada corrida.
No caso, não há fidelidade dos passageiros, se não houver taxistas. Quem determina qual será o serviço mais ativo é a adesão dos taxistas, que acabam por influenciar os passageiros.
A pergunta que fica é: como fidelizar os taxistas em um dado aplicativo, ou seja, serviço?
Acredito que aí temos algo que nos leva a discussão mais ampla da implantação da Governança Digital, que se dá em quatro etapas:
- – chegada de novos Tecno-códigos;
- – novo modelo mental;}
- – implantação de novo modelos de Governança (quem decide?);
- – implantação do novo modelo organizacional (quem lucra?)
Sugeria na palestra e reforço aqui de que a saída nesse caso é arriscar de forma experimental o quarto modelo. Fidelizar por adesão lucrativa, oferecendo aos taxistas participação no negócio.
Que é para onde acredito que iremos avançar mais adiante para quem quiser competir com os grandes players atuais, não restará mais nada, a não ser abrir para a participação dos usuários, a nova etapa em direção ao pós-capitalismo ou ao que estou chamando de colaboracionismo, até que venha um nome melhor.
É isso, que dizes?
Um comentário relevante ainda sobre isso.
Tenho usado os aplicativos sem avaliação, como o EasyTaxi, o que ocorre é que, sem a avaliação, o taxista, que não será punido, aceita a corrida e, se consegue um passageiro no caminho, cancela.
Já aconteceu algumas vezes.
[…] Complementei o texto escrevendo o seguinte post: “Qual é a saída para o Taxibeat?“. […]
[…] Escrevi aqui sobre os impasses do Taxibeat e mostrei que estamos chegando a um impasse interessante. […]